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UNITA iniciou encontros exploratórios - 2004-03-04


A direcção da UNITA iniciou esta quarta-feira o que descreve de “encontros exploratórios” com os demais partidos da oposição em Angola com vista a encontrar uma plataforma comum quanto a realização das eleições no país.

O pontapé de saída do círculo de encontros partidário foi dado hoje com uma prolongado reunião entre a cúpula da UNITA dirigida por Isaías Samakuva e uma delegação da Frente para a Democracia (FpD).

Para o secretário da Informação da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, a iniciativa surge na sequência de uma carta que o líder da UNITA enviou a todos os partidos políticos angolanos, incluindo o MPLA, na qual estão espelhadas algumas propostas que visam encontrar o denominador comum sobre as eleições e sobre a agenda de convivência nacional.

“Sendo uma iniciativa da UNITA demonstra bem a necessidade de se poder encontrar a viabilização do país, porque é exactamente esse o elemento essencial, o de podermos dar garantias de futuro a todos os angolanos. Estas garantias passam obrigatoriamente por um consenso nacional que envolva os partidos políticos bem como as forças vivas da sociedade”.

O dirigente da UNITA disse que enquanto o Chefe de Estado não marca a data definitiva para as eleições no país, os partidos da oposição podem avançar uma proposta de consenso sobre a data para o pleito eleitoral.

“Pensamos perfeitamente ser possível encontrar um consenso e é exactamente na busca desse consenso que UNITA está a dar estes passos . O MPLA foi também destinatário desta carta dirigida a 10 de Fevereiro”.

Adalberto da Costa Júnior disse que o seu partido acredita que se houver maturidade e responsabilidade das partes interessadas será fácil o consenso.

Hoje ainda a direcção da UNITA tinha agendado um outro encontro com a coligação de partidos políticos ditos da oposição civil, POC’s, liderada por Paulino Pinto João, da Convenção Nacional Democrática.

Em reacção a esta iniciativa da UNITA, o jornalista Graça Campos considera que a atitude de Isaías Samakuva ou é um sinal de desorientação política ou simplesmente o partido do galo negro pretende faltar a verdade.

“O General Paulo Lukamba Gato disse há poucos dias que o MPLA copiou a sua iniciativa de agenda de consenso nacional... Se UNITA tinha efectivamente esse plano surpreende que só agora a queira discutir com o resto da oposição.”

Graça Campos sustentou que o facto de a UNITA só agora se mostrar disponível em arregimentar a oposição aos seus esforços também significar que ficou ultrapassada pelas iniciativas do MPLA.

Refira-se que o partido no poder apresentou recentemente uma agenda política de sete pontos na qual preconiza a necessidade da aprovação de uma agenda de consenso nacional sobre a estratégia de desenvolvimento de Angola até 2025.

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