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Senegal: Amnistia Internacional denuncia a situação das crianças Talibés


Senegal: Amnistia Internacional denuncia a situação das crianças Talibés
Senegal: Amnistia Internacional denuncia a situação das crianças Talibés

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Num relatório publicado na semana passada a Amnistia Internacional, denunciou a situação as vezes de escravidão em que são votadas mais de 50 mil rapazes no Senegal.

A Amnistia Internacional aponta igualmente o dedo ao governo da Guiné-Bissau que tem permitido o envio de crianças guineenses as escolas corânicas senegalesas, onde existe o risco de muitas dessas crianças serem usadas pelos marabus, na prática de mendicidade.

O mais recente relatório da Amnistia Internacional sobre os Talibés no Senegal, levanta a ponta do véu, sobre a dura e crua realidade de milhares de crianças nas escolas corânicas, uma realidade que segundo a Amnistia Internacional pode esta a afectar milhares de miúdos da Guiné-Bissau enviados as escolas corânicas no país vizinho.

A Amnistia Internacional, descreve e cataloga em 114 páginas a nua realidade dos Talibés e sob o título: "À Custa das Crianças: Mendicidade forçada e outros Abusos cometidos contra os Talibés no Senegal", essa organização sublinha que pelo menos a maioria dos 50 mil rapazes das escolas corânicas dos 4 aos 12 anos de idade são usados pelos seus tutores ou seja os marabus, para a prática de mendicidade. Diz o documento que essas crianças passam longas horas e durante sete dias por semana nas ruas das cidades a pedirem dinheiros ou géneros alimentícios, e que muitas delas são brutalmente castigadas pelos professores.

A Amnistia Internacional ouviu cerca de duzentos antigos e actuais Talibés, e mais de cem outros indivíduos, incluindo marabus, famílias que enviaram os filhos para estas escolas corânicas, académicos islâmicos, funcionários públicos e trabalhadores humanitários.

Segundo também a Human Rights Watch, em muitas dessas escolas corânicas, a educação é para muitos marabus, apenas um artifício para encobrir a exploração económica das crianças a seu cargo. Diz a Human Rights Watch que muitos marabus nas escolas urbanas exigem uma quota diária da mendicidade das crianças e infligem graves abusos físicos e psicológicos àqueles que não são capazes de cumprir com a quantia ou quantidade determinadas.

As organizações internacionais queixam-se da inércia do governo senegalês em proteger essas crianças, apesar de ter aprovado em 2005 uma legislação criminalizando os promotores de mendigagem.

A excepção de algumas escolas corânicas modernas – as chamadas madrassas – sustentadas pelo governo e que combinam o currículo corânico com os das escolas estatais – nenhuma outra escola corânica do Senegal está sujeita ao regulamento do governo, sublinha a Human Rights Watch.

A Amnistia Internacional diz por outro lado que apesar de muitas das crianças nas escolas corânicas do Senegal virem da Guiné-Bissau, o governo de Bissau falhou em responsabilizar os marabus, mesmo em casos provados de tráfico de crianças. A Amnistia Internacional sublinha igualmente que corre-se o risco do enraizamento da prática de mendigagem forçada na Guiné-Bissau de crianças, no caso de o governo não tirar lições do que tem passado no vizinho Senegal.

Enquanto uns pais não têm conhecimento do abuso em que estão sujeitos essas crianças, em partes por causa das ofuscações propositadas dos marabus, outros enviam ou devolvem voluntariamente os filhos embora tenham conhecimento desses abusos.

A Human Rights Watch apelou a Organização da Conferencia Islâmica que declare a pratica da mendicidade como contraria aos direitos humanos, e pediu as Nações Unidas para investigar a situação dos Talibés.

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