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Sudão: Eleições Controversas Este Domingo


Sudão: Eleições Controversas Este Domingo
Sudão: Eleições Controversas Este Domingo

Enquanto os partidos da oposição anunciam, intermitentemente, que participam ou desistem das próximas eleições gerais de 11 de Abril, analistas aqui nos EUA afirmam que pouco ou nada de bom irá sair da votação.

O baixo número de inscritos nas listas eleitorais, em muitas zonas de Darfur, onde ainda há combates apesar do cessar-fogo, bem como um recenseamento pouco credível levou a que tivessem sido organizadas listas eleitorais parciais, que houvesse acusações de fraude. Estes factores e total controlo dos media pelo Partido Nacional do Congresso, no poder, são apenas alguns dos desafios que se colocam ao processo eleitoral da próxima semana.

No Sudão, os partidos da oposição começaram a abandonar alguns círculos eleitorais e pedem agora que os três dias de votação, que deveriam começar este domingo sejam adiados.

Terrence Lyons é um perito no Corno de África na Universidade de George Mason, aqui nso arredores de Washington. Diz ele: " Será extremamente difícil realizar eleições que sejam consideradas credíveis. E, por isso, estas eleições podem agravar ainda mais a crise no Sudão."

As eleições presidenciais, legislativas e locais já tinham sido adiadas por dois anos devido às dificuldades na implementação do acordo de paz assinado entre o Norte e o Sul do Sudão. O referido acordo pôs termo a mais duas décadas de guerra civil e era suposto culminar com um referendo a realizar no próximo ano.

Abubakr Elnoor, natural de Darfur, é estudante universitário nos EUA. A sua opinião é a de que as eleições deveriam ser adiadas:"Não quero que haja eleições que não sejam credíveis. Prefiro que não as façam se estas eleições servirem para dar ao governo legitimidade para dizer que os autores do golpe de 1989 sejam agora legitimados pelas eleições".

Mark Davidheiser, que lidera a Rede para a Paz e Conflito em África, afirma que estas eleições são uma oportunidade perdida para o Sudão, mas admite que adiar a votação constitui um perigo. Diz ele: "O adiamento pode ser, na realidade, incendiário. Pode levar a surtos de violência e de tensão. No entanto, o oposto também é verdadeiro, havendo eleições que em larga medida sejam vistas como irregulares. Isso mina todo o edifício institucional e gera cinismo e faz germinar sementes que, a longo prazo, podem ser perigosas".

Peter Pham é o director do Projecto África da Comissão Nacional de Política Externa, um grupo de especialistas sediado em Nova Iorque. Diz ele, mau grado os esforços de última hora por parte da comunidade internacional, as eleições poderão trazer maior instabilidade ao Sudão, particularmente na parte Sul do país.

Muitos políticos da oposição, um pouco por todo o Sudão dizer estar esperançados que eleições bem sucedidas poderão ajudar a salvar a unidade nacional sudanesa. A comissão eleitoral e o partido no poder garantem que as eleições irão arrancar no domingo e negam alegações de fraude do processo de votação.

As autoridades americanas, que têm vindo a pressionar no sentido de se avançar com o processo de paz em Darfur, afirmam estão a dialogar com as diversas partes envolvidas no processo sudanês, pressionando para a realização de eleições livres e justas no Sudão.

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