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Costa do Marfim: Presidenciais com Atraso


A antiga força rebelde da Costa do Marfim anunciaram que estão pronto a desarmar-se, um mês antes das eleições presidenciais, isto de acordo com os acordos de paz celebrados com o governo.

O partido no poder da Costa do Marfim afirma que o atraso no processo de desarmamento dos rebeldes está a atrasar também a organização das eleições presidenciais, as quais já foram adiadas oito vezes desde a guerra civil que dividiu o país ao meio.

A antiga facção rebelde, as Novas Forças, responderam, na segunda-feira, afirmando que o seu desarmamento nunca foi uma pré-condição para se organizarem as eleições.

Uma porta-voz do movimento Novas Forças, Affousy Bamba, afirma que a guerra acabou e insistiu que o desarmamento antes da realização das eleições constitui um passo para trás.

Bamba apelou para que seja posto fim aos ataques recentes contra as Novas Forças por parte dos apoiantes do presidente. As Novas Forças, que continuam a controlar a parte Norte do país. Aquela porta-voz disse ainda que as acusações feitas são "contraproducentes" para o processo de paz.

Bemba acrescentou ainda que o processo de desarmamento dos rebeldes vai começar um mês antes da data das eleições, conforme ficou determinado pelos acordos de paz de Ouagadougou. Segundo ela, aqueles acordos requerem também que as milícias leais ao actual presidente comecem a ser desarmadas dois meses antes da votação.

Num comunicado emitido na segunda-feira, as Novas Forças afirmam que estão ainda dos cerca de 20 mil soldados por desarmar ou por reintegrar na sociedade costa-marfinenses, cinco mil serão mantidos para manter a segurança das assembleias de voto no dia das eleições. O processo de desarmamento ficará terminado depois das eleições.

O Conselho de Segurança da ONU expressou preocupação, na semana passada, face aos continuados adiamentos no processo eleitoral na Costa do Marfim.

O mais recente desaire surgiu depois do presidente ter dissolvido o governo e a Comissão Eleitoral, no dia 12 de Fevereiro, provocando violentas manifestações de rua em todo o país. Gbagbo acusou a Comissão Eleitoral de ter registado ilegalmente, pelo menos, 400 mil estrangeiros.

Os adversários políticos de Gbagbo acusaram-no de estar a arrastar o processo eleitoral para se manter no poder, muito embora os seus apoiantes neguem essas alegações.

Em fins de Fevereiro, foi constituída uma nova Comissão Eleitoral, mas aguarda-se ainda a divulgação de um calendário para as novas eleições.

Entre os mais de seis milhões de inscritos nas listas provisória de votantes, cerca de um milhão de votantes não estão ainda confirmados, na sua maioria por haver dúvidas quanto à sua nacionalidade. Para os observadores, receiam que será impossível efectuar eleições em Maio na Costa do Marfim.

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