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Envolvimento em África Será Mínimo – Comando Conjunto dos EUA


Nos últimos tempos aqui em Washington o envolvimento dos Estados Unidos em África voltou a estar em foco quando o líder do comando africano das forças americanas, o Africom, o general William Ward depôs perante um comité do senado americano.
Pois agora surge um relatório do comando conjunto das forças armadas americanas sobre as perspectivas políticas e sociais para o futuro e a sua implicação para as forças armadas americanas.
O documento de 72 páginas faz uma previsão do que será o futuro das principais zonas geográficas e de alguns países individuais.
Para o comando conjunto das forças americanas a África subsahariana constitui o que chama de um conjunto único de desafios económicos sociais e demográficos muitas vezes exacerbados pela ma governação, interferência de potencias estrangeiras e crises de saúde como a epidemia da SIDA.
"Mesmo bolsas de crescimento económico estão sob pressão e poderão retroceder devido a múltiplos problemas que põe em causa a capacidade de governo responderem," diz o documento.
"Poderá haver algum progresso na região mas é quase uma certeza que muitas dessas nações vão permanecer em qualquer lista existente dos países mais pobres de África", acrescenta.
O documento considera que o facto de haver agora uma maior atenção das potencias mundiais pelos recursos naturais de África poderá constituir um desenvolvimento positivo porque isso poderá levar a investimentos estrangeiros e á entrada de tecnologias e especialistas em África.
Por outro lado esses recursos fazem com que as grandes potencias tenham interesse em manter a estabilidade e desenvolvimento do continente.
O estudo do comando conjunto das forças armadas americanas afirma que o envolvimento militar americano no continente deverá continuar a ser mínimo.
A principal força motriz desse envolvimento, diz o documento, serão esforços para se evitar desastres humanitários e genocidas numa região em que prevê luta entre estados e grupos tribais para controlo de poder e riquezas.
"As forças armadas americanas poderão ter um papel em apoiar reformas do sector de segurança para ajudar os governos africanos na sua construção da sua capacidade para fazerem face à instabilidade nas suas próprias nações", diz o documento
Na semana passada o General William Ward, líder do Africom, disse a uma comissão do senado que disse que não tem a intenção de mudar o quartel-general do Africom de Estutgarda na Alemanha para África mas Dabiel Volman, director de um centro de estudos sobre África disse que o Africom tem estado a aumentar a presença de pessoal militar nas suas embaixadas em África.
Volman disse que a questão dos recursos naturais, mencionada no relatório do comando conjunto, é uma das grandes preocupações dos estados Unidos.
"Para o Pentágono o pesadelo é a Nigéria caír no caos, disse ele para inbterrogar:
" Se a luta na Nigéria atingir um ponto em que a produção de petróleo é directamente ameaçada o que é que se vai fazer? O pessoal do Pentágono está já a fazer planos de contingência para isso, não porque queiram fazer isso mas porque reconhecem que a Nigéria é importante para os Estados Unidos".
Mas Mark Davidheiser director da recém criada organização de estudo da paz e conflito em África diz contudo que para os Estados Unidos a principal preocupação para o Africom é o terrorismo.
"A verdadeira preocupação é o terrorismo," disse ele. "É essa a motivação do Africom. Tem havido muita preocupação sobre a falta de uma governação robusta em África e a fraca existência da lei em muitos lugares. O receio é que África se transforme numa base para extremistas", acrescentou.
Muitos analistas têm afirmado que embora seja verdade que o Africom é um comando com uma grande componente civil e virada para questões humanitárias e outras de carácter civil, isso serve também para indicar a militarização da politica americana para com África, algo que alias o Africom nega.
Mas Davidheiser lamenta o ênfase que se está a dar ao aspecto militar nas relações entre África e os Estados Unidos.
"Entristece-me este pilar da política americana," disse el.
" Dar ajuda militar, treino militar, enviar conselheiros que treinam militares que como a história mostra muitas vezes estão depois envolvidos em todo o tipo de brutalidades e violações de direitos humanos contra a população", acrescentou

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