O comércio ilícito de narcóticos afecta todas as nações onde é produzida, comercializada e consumida a droga, assim reconheceu David Johnson, o secretário de estado assistente para os assuntos internacionais de política e controlo de narcóticos.
"O consumo de drogas é um fenómeno internacional. O país, infelizmente, com a maior taxa de consumo é o Irão, e tem feito um grande esforço para controlar esta situação. Os Estados Unidos não estão entre os mercados de maior crescimento. Esses (mercados) estão na Europa."
Johnson sublinha que a cocaína produzida na Colômbia continua a perder terreno, isto apesar de este país ser ainda o maior produtor de coca no grupo dos países dos Andes. O relatório destaca igualmente a Colômbia como exemplo de sucesso internacional, afirmando que foram assinaláveis os esforços de longas décadas para o controlo de tráfico de droga por grupos de cartéis rivais.
Mas Johnson diz que a vizinha Venezuela não tem demonstrado o seu engajamento em lutar contra o tráfico de droga.
"Transitando através das Caraíbas com destino a África e em seguida para a Europa, vê-se uma extraordinária frota de aviões privados assegurando a exportação da droga produzida na Venezuela e nas áreas próximas da fronteira da Colômbia."
Na Ásia, diz Johnson o tráfico de narcóticos através do Afeganistão apresenta-se como um desafio. Ele adianta, que foram reduzidas em 30 por cento as áreas de produção da papoila, entre 2007 e 2009. Contudo no ano passado, 90 por cento do ópio usado no fabrico da heroína saiu do Afeganistão.
O relatório elogia todavia o governo e as forças de segurança mexicanos pelos seus esforços para conter o comércio de narcóticos. As autoridades mexicanas prenderam altos dirigentes dos cartéis da droga no ano passado, e o México está a reforçar a sua polícia através da assistência dos Estados Unidos. Ainda assim, diz Johnson os Estados Unidos sofrem os efeitos das disputas entre os traficantes baseados ao sul da fronteira comum com o México.
O relatório sobre a droga indica igualmente que a região da África Ocidental tem servido ultimamente como o maior corredor de trânsito da cocaína consumida na Europa.