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Rebeldes de Casamance: Guerra Até Dacar


No Senegal, a guerrilha independentista da província do Casamance, na fronteira norte da Guiné-Bissau, ameaçou levar a guerrilha que trava desde há três décadas naquela província secessionista senegalesa, até às portas da capital senegalesa, Dacar.

A determinação dos rebeldes foi confirmada em entrevista concedida à VOA por François Djata, o líder de uma das facções da guerrilha independentistas.

François Djata, comandante de uma das facções dos independentistas do Casamance, garantiu à VOA, a intenção da guerrilha em alargar as suas acções de desestabilização a outras regiões do Senegal.

" Desde 1982, que esta guerrilha tem por cenário, a região de Casamance e a sua capital Zeguinchor. Por conseguinte são os casamancenses a sofrerem. Por essa razão, o Senegal nunca se importou, na busca de uma solução para o conflito. Só que agora decidimos levar a rebelião armada até às portas de Dacar, contra as instituições do Senegal, para que sintam o impacto da rebelião. Pois só assim, creio, conseguiremos chamar a atenção dos senegaleses para a guerra que nos é imposta e para a necessidade de conversações com representantes legítimos dos independentistas."

Em conversações directas que têm vindo a ser proteladas por Dacar, com o argumento de ausência de um interlocutor válido da parte dos independentistas, os quais estão divididos em facções. Um argumento que François Djata desmistifica.

"Nós o que temos proposto ao Senegal, são negociações para se por cobro às mortes desnecessárias na região. Mas quem deve decidir a propósito, o governo central senegalês, está centrado em Dacar, longe da guerra. O Senegal insiste no argumento da nossa divisão interna. Mas esse não é um argumento válido. Cabe a Dacar aceitar e promover negociações directas, e aí verá se terá ou não um interlocutor à altura. O Movimento das Forças Democráticas do Casamance, MFDC, tem um secretário-geral, Mamadu Nkrumah Sane que tem mandato para negociar com o Senegal, em caso de conversações directas. O que Dacar tem feito é tentar negociar com facções ou personalidades sem mandato e legitimidade para o efeito."

Na entrevista à VOA, François Djata confirmou ainda a libertação, de quatro rebeldes do Casamance, por sinal homens sob o seu comando recentemente detidos pelos serviços secretos da Guiné-Bissau sob acusação de tentativa de compra de armamento naquele país.

"Sim foram libertados. A detenção deles tinha resultado de denúncias de colaboradores do Senegal na Guiné-Bissau. Sabe neste conflito em Casamance, há muito dinheiro envolvido, com Dacar a tentar comprar consciências e serviços. Mas se foram acusados de tentativa de compra ilegal de armas, porque é que os serviços secretos guineenses nunca apresentaram provas nesse sentido?"

François Djata líder de uma das facções da guerrilha independentista do Casamance em declarações à VOA.

Recorde-se que confrontado em tempos com a notícia destas detenções, o responsável dos serviços secretos guineenses, o coronel Samba Djalo, desmentiu-as.

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