No Níger os novos líderes militares do país disseram que se vão manter no poder até os políticos acordarem numa nova constituição. Os militares tomaram o poder na semana passada num golpe de estado que afastou da presidência Mamadou Tandja.
Os lideres golpistas prometeram aos diplomatas das Nações Unidas, da União Africana e da Comunidade Económica da África Ocidental, CEDEAO organizar eleições, o mais breve possível isto assim que os políticos concordarem nos termos da nova constituição do pais.
O comissário da União Africana para a paz e segurança Ramtane Lamamra disse que o novo poder no Níger, nas mãos do Conselho Supremo para a Restauração da Democracia deu aos diplomatas regionais uma garantia clara acerca das intenções e da disponibilidade em trabalharem com os diferentes actores políticos, nomeadamente os partidos políticos, os grupos da sociedade civil, os lideres sindicais na tarefa de elaboração de uma nova constituição que conduza a eleições livres, credíveis e transparentes.
Recorde-se que os militares golpistas nigerinos suspenderam a constituição do pais, que dilatava os poderes do deposto presidente Mamdou Tandja e que o permitiam manter-se por mais três anos a frente dos destinos do Niger..
O presidente, o primeiro-ministro, o ministro do interior e o ministro das finanças continuam sob regime de residência vigiada, mas de acordo com os militares golpistas vários antigos governantes poderão vir a conservar as pastas ministeriais no novo governo.
Apesar das garantias dadas pelo novo poder militar no Níger, reina entretanto um certo cepticismo quanto a possibilidade do levantamento militar poder vir a resolver o impasse politico por que tem passado aquele pais saheliano, nos últimos tempos, parte dele decorrente do papel preponderante dos militares do golpe de 1999 .
Recorde-se que o governo militar saído desse golpe de estado manteve-se no poder por menos de um ano isto antes da convocação de eleições que levariam ao poder, o agora deposto presidente Mamadou Tandja.
Mas para o porta-voz dos militares golpistas, o coronel Djibril Hamidou Hima a postura clássica dos militares em convocarem eleições, após golpes de estado deveria servir de garantia a comunidade internacional.
O coronel Djibril Hamidou Hima disse que os diplomatas africanos deixaram a capital nigerina Niamey confiantes nas garantias, dadas pelos militares e pelos lideres políticos.
Para este militar golpista, o processo de transição que o Conselho Supremo para a Restauração da Democracia esta a propor contempla por outro lado garantias pelo que Djibril Hamidou Hima acredita terem os diplomatas regionais partido da capital nigeriana, com uma nova visão da actual liderança do pais.