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Esperança para os Agricultores Africanos


Um novo estudo sobre os efeitos das mudanças climáticas sobre a agricultura oferece algumas raras notícias esperançosas para os agricultores africanos. Investigadores afirmam que a diminuição da produção agrícola em resultado do aumento das temperaturas pode ser ultrapassada adoptando técnicas agrícolas sobre utilizadas.

Cientistas há muito que avisaram que a África, com a sua profunda dependência da agricultura de subsistência alimentada pelas chuvas, está particularmente vulnerável a mudanças climáticas.

Temperaturas mais elevadas e mudanças na queda das chuvas deverão afectar o continente com climas cada vez mais duros e um aumento das secas e cheias.

Mas Peter Cooper, um investigador dum novo estudo publicado esta semana, diz que, quanto à agricultura, as previsões apocalípticas para este continente cronicamente inseguro em alimentos precisam de ser ultrapassadas.

"Os países e o próprio continente, podem ser exportadores de alimentos – podem ter excedentes de alimentos – mesmo sob mudanças climáticas, apenas através da adopção do que sabemos agora."

O novo estudo do Instituto de Investigação Internacional de Colheitas para Trópicos Semi-Áridos estima não haver razão para que muitos agricultores em África não sejam capazes de ultrapassar as marcas actuais mesmo depois de uma subida de três graus centígrados de temperatura.

Cientistas descobriram que técnicas básicas como o uso de fertilizantes, gestão das chuvas e rotações de colheitas, se forem adoptadas, irão compensar mais as adversidades climáticas na região dos trópicos semi-áridos.

A chave para as conclusões dos investigadores é de que enquanto nos últimos 50 anos, a maior parte do mundo mudou significativamente a forma de produzir alimentos, o mesmo não aconteceu na África sub-Saariana.

O uso de fertilizantes na região estagnou durante esse período de tempo. Apesar de começar nos mesmos níveis de uso de fertilizantes em 1960, o Sul da Ásia usa agora 10 vezes mais do que a África sub-Saariana.

Cooper disse que os políticos em África devem começar imediatamente a implementar políticas que promovam melhores práticas agrícolas. Afirmou que os benefícios serão sentidos muito antes das mudanças climáticas de tornaram num sério desafio muito mais depressa do que se pensa.

"Se ajudarmos os agricultores a adoptar tecnologias agrícolas que são agora disponíveis, vamos melhorar as suas condições de vida antes das mudanças climáticas e mesmo depois quando as mudanças climáticas se tornarem numa séria ameaça em 20 ou 30 anos, eles terão melhores colheitas dos que agora. Por isso é uma situação de ganho duplo: melhoria do nível de vida e ajudá-los a adaptarem-se as mudanças climáticas quando chegar a altura."

Os investigadores descobriram que os previstos aumentos de temperatura terão um efeito muito maior sobre a produção agrícola que a ligeira mudança nos padrões de chuva previstos por modelos climáticos. Temperaturas mais quentes poderão causar uma baixa de produção agrícola devido ao declínio da eficiência fotossintética e uma mais rápida maturação das plantas.

Um estudo publicado no ano passado descobriu que a economia da Tanzânia poderá sofrer uma queda de dois termos no Produto Interno Bruto (PIB) antes do final do século se aquele país da África Oriental não começar imediatamente a adaptar a sua indústria agrícola para enfrentar para mudanças no clima. Os investigadores do estudo anterior sugerem que isso sirva de aviso a todos os países da região.

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