Na Guiné Conakry o dirigente militar em exercício, apelou aos soldados para apoiarem o novo governo de transição que deverá organizar eleições em Junho próximo.
Após mais de um ano de regime militar na Guiné, o general Sekouba Konate, afirmou ter chegado o momento do exército regressar à sua função e apoiar os civis que preparam novas eleições.
O general Konate adianta que a missão do exército é a de defesa da integridade territorial da nação, a salvaguarda da democracia e a protecção da população.
O general Konate assumiu o poder em Dezembro passado quando o dirigente militar, o capitão Moussa Dadis Camara foi ferido a tiro pelo antigo chefe da guarda presidencial sob o argumento de que o capitão Camara estava a tentar responsabiliza-lo pela morte de manifestantes da oposição em Setembro último.
Os atiradores e os seus apoiantes na guarda presidencial escaparam encontrando-se ainda em parte incerta. O general Konate adiantou ter chegado o momento para por termo às divisões no sector militar, que aumentaram desde que o capitão Camara assumiu o poder, há treze meses atrás, no decurso de um golpe militar.
O general Konate afirmando que os que deixaram o exército devem regressar já que um pequeno grupo de soldados fora da instituição não tem qualquer representatividade. Konate sublinhou que o exército deve ser mais coeso pois a família militar será mais forte se juntar as mãos.
Konate destaca que os dirigentes militares sabem quem são aqueles que semeiam as divisões no seio do exército e que as divisões devem acabar. O general precisou que a demagogia e as mentiras podem provocar problemas, e que os que integram o exército devem ser militares, com uma atitude e capacidade militar.
O apoio dos militares é crucial para o sucesso da autoridade de transição, que será liderada conjuntamente pelo general Konate e o novo primeiro-ministro Jean Marie Dore.
Dore indica que o exército e o seu dirigente conhecem bem a necessidade de encontrar uma saída para a crise. Dore acrescenta que todos conhecem o papel do exército na sociedade, e tal papel deve ser definido correctamente na altura em que o exercito caminha para a reestruturação.
O primeiro-ministro sublinha que os jovens devem saber que ao entrar para o exército estão a abraçar uma carreira, e que não se trata de algo para fazer quando não se tem nada mais para fazer.
Dore acrescentou que a Guiné necessita de um exército profissional com segurança, respeito e uma reforma decente.
A organização de eleições dentro de seis meses constitui um desafio logístico considerável para um dos países mais pobres do mundo.
Os doadores internacionais indicaram que vão ajudar a custear os sufrágios, e que sem apoio, o primeiro-ministro Dore considera que a Guiné vai continuar a passar por problemas.