Falando ontem perante o Congresso americano num discurso televisionado ao país e que durou mais de uma hora o Presidente americano sublinhou a necessidade de se prosseguir com reformas económicas no país.
Dois terços do discurso do presidente Obama foram dedicados à economia e nele o presidente americano sublinhou as suas ideias para se resolver a crise económica que causou uma taxa de desemprego de cerca de 10 por cento.
No seu primeiro discurso sobre "o estado da união" desde que assumiu a presidência Obama explicou as suas ideias – algumas velhas, algumas novas – sobre como incentivar o emprego, controlar os déficites orçamentais e para mudar o modo como funciona o sistema político em Washington.
Obama defendeu as acções do seu governo para fazer face á crise financeira e recordou que quando subiu á presidência o país estava envolvido em duas guerras com um economia "abalada cor uma recessão severa, um sistema financeiro à beira do colapso e um governo profundamente endividado".
O presidente defendeu as medidas tomadas afirmando que quando tinha concorrido á presidência tinha prometido fazer o que fosse necessário e não o que fosse popular.
Obama disse que apesar das medidas adoptadas " a devastação permanece".
Obama propôs assim um segundo pacote de estímulos, anunciou que quer impor um congelamento de três anos nos gastos domésticos e ainda a criação de uma comissão de trabalho encarregue de discutir meios para se reduzir o deficit, embora tenha proposto ao mesmo tempo um aumento de seis por cento na educação.
Obama disse que os Estados Unidos devem reformar o seu sistema económico afirmando que ele como presidente não aceita o segundo lugar para o seu país.
Obama falou da necessidade de um programa de criar novas energias e incentivar exportações.
O discurso surge numa altura em que a popularidade de Obama está em queda e em que há sinais que os Democratas poderão perder muitos lugares no Congresso nas eleições legislativas do final deste ano.
Mas Obama tornou claro que uma das propostas legislativas mais controversas, a reforma do sistema de saúde, não será abandonada apesar da recente derrota na eleição intercalar para o Senado no estado do Massachusetts e em que a questão da reforma do sistema de saúde foi um dos principais temas do debate eleitoral.
"Quando eu acabar de falar esta noite mais americanos terão perdido o seu seguro de saúde. Milhões irão perder o seguro este ano. O nosso deficit vai crescer. O preço dos seguros vai aumentar. Os pagamentos exigidos por tratamento também, haverá pacientes a quem vai ser negado os cuidados que precisam. As pequenas empresas vão continuar a abandonar os seguros de saúde. Eu não vou abandonar estes americanos. As pessoas aqui nesta câmara também não o devem fazer", disse o presidente
Mas apesar de reafirmar o seu empenho na reforma do sistema de saúde Obama não ofereceu mais uma vez pormenores deixando isso para o Congresso como tem acontecido até agora.
Barack Obama apelou também a uma reforma do modo como opera o sistema político em Washington afirmando existir nos estados Unidos "mais do que um deficit de dólares".
"Em vez de continuarmos com as mesmas batalhas antigas que dominam Washington á décadas tentemos algo de novo. Tentemos usar o senso comum. Devemos investir no nosso povo sem os deixarmos com uma montanha de dívidas. Sejamos responsáveis para com o povo que nos enviou para aqui," acrescentou.
Fazemos face a um déficite de confiança, disse Obama afirmando ter chegado a altura de se tornar obrigatório que lobistas tornem publico os contactos que fazem com membros do governo ou do congresso.
Mas mais uma vez recordou a necessidade de se acabar com o aumento dos deficits orçamentais algo que as sondagens indicam claramente ser uma das maiores preocupações do eleitorado.
O presidente americano gastou pouco tempo a falar sobre política externa afirmando que desde que subiu á presidência os Estados Unidos redobraram os seus esforços na guerra aos terroristas que segundo disse ameaçam os Estados Unidos.
No ultimo ano, disse, centenas de combatentes da al qaida e seus aliados incluindo muitos destacados dirigentes foram capturados ou mortos, muito mais do que em 2008.
Obama reafirmou a sua intenção de deixar o Iraque para se concentrar na guerra á al Qaeda afirmando que isso está a ser feito de forma responsável.
"Como candidato prometi por termo a essa guerra e é isso que estou a fazer como presidente. As nossas tropas de combate estarão fora do Iraque até final de Agosto", disse Obama
O presidente americano disse abraçar a "visão" dos presidentes John Kennedy e Ronald Reagan de se impedir a proliferação de armas nucleares e anunciou que os Estados Unidos e a Rússia estão a terminar negociações sobre o maior tratado de controlo de armas em quase duas décadas.
Obama referiu se ainda ao problema do programa nuclear iraniano. Enquanto os dirigentes iranianos continuarem a ignorar as suas obrigações farão face a crescentes consequências. Não tenham dúvida sobre isso, afirmou.