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“Notáveis” da Renamo Assumem Cargos Parlamentares


Figuras de destaque no seio da Renamo, continuam a desobedecer às orientações que lhe tinham sido dadas pelo presidente do partido, Afonso Dhlakama e estão a assumir os seus cargos de deputados no Parlamento.

Dhakama havia proibido publicamente os seus 51 deputados eleitos de entrarem na Assembleia, para protestar contras as fraudes detectadas no processo eleitoral por diversas organizações que acompanharam a votação e o processo de contagem. Não obstante as determinações da liderança, até hoje, foram 30, os deputados da Renamo que tomaram posse. Ao grupo inicial de 16 que se apresentou à cerimónia de posse pública presidida pelo presidente Armando Guebuza, juntaram-se nomes sonantes da hierarquia da Renamo, como é o caso do próprio secretário-geral do partido Ossufo Mamate, de Ivone Soares, membro da Comissão Política, chefe da Comissão de Relações Externas e porta-voz do Gabinete Eleitoral. Mamate, em declarações à agência de notícias portuguesa Lusa "tratar-se uma decisão pessoal, adiantando:"Os lugares são nossos, não foi oferta da Frelimo", justificou secretário-geral da Renamo, embora reiterando que a iniciativa não reflecte a vontade da liderança do partido.

Na segunda-feira quatro deputados avançaram para tomar posse, hoje outros dez assumiram os cargos. As cerimónias de posse estão a decorrer a nível individual e à porta fechada. Entre os deputados que desafiaram a liderança contam-se outros notáveis do partido: Gania Mussagy, da Comissão Política; Maria Angelina Inoque, do Conselho Nacional e primeira-ministra no Governo Sombra; António Timba, o cabeça-de-lista em Maputo e responsável pelo sector das finanças da Renamo; e Arnaldo Chalana, porta-voz da Província de Nampula.

Em declarações à Voz da América, o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga fez questão em sublinhar que o seu partido é democrático e que os deputados estão a tomar decisões ao nível individual, deixando subentender não ser de excluir que todos os 51 deputados eleitos venham a assumir os seus cargos. Mas, questionado acerca da realização das anunciadas manifestações populares de protesto, Mazanga adiantou que essas se mantêm de pé e que mesmo os deputados rebeldes estão vinculados aquela acção de protesto. O próprio secretário-geral da Renamo Ossufo Momate, afiançou hoje mesmo: "Já estamos bem organizados, só falta o apito" para o arranque das manifestações.·

A legislatura inaugurada no dia 12 de Janeiro é dominada pela Frelimo, partido no poder, com 191 dos 250 deputados do parlamento moçambicano.
A Renamo conta com 51 e os restantes oito assentos são detidos pelo Movimento Democrático de Moçambique.

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