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Guiné Conacri Acusa CEDEAO


A Guiné afirma que o líder da aliança inter-estados oeste-africanos está envolvido em tentativas para desestabilizar o governo militar do país, sugerindo que os militares não devem concorrer a cargos políticos nas próximas eleições, enquanto, por outro lado, o líder militar da Guiné se encontra a recuperar num hospital militar, em Marrocos, dos ferimentos recebidos numa tentativa de assassinato pelos membros da guarda presidencial.

O Ministro das Comunicações guineense, Idrissa Cherif, disse que o líder da Comunidade Económica dos Estados Oeste-Africanos está a tentar desestabilizar o governo militar da Guiné.

Numa entrevista a televisão estatal guineense, o ministro disse que o líder da CEDEAO, Mohammed Ibn Chambas, deseja sabotar o trabalho do mediador do grupo económico oeste-africano, o Presidente burkinabe, Blaise Campaore.

disse que Chambas está a ser apoiado por algumas ex-potencias coloniais para desestabilizar o governo militar guineense que assumiu o poder num golpe de estado em Dezembro último. Mas o ministro afirmou que o povo da Guiné está mais unido do que nunca no rescaldo da tentativa de assassinato do líder militar, Capitão Moussa Dadis Camara.

Na sequência do ataque, a CEDEAO apelou aos governantes militares guineenses a fim de estabelecerem imediatamente um governo de transição que possa organizar eleições credíveis no princípio de 2010 nas quais não deverão concorrer como candidatos a cargos políticos quaisquer dos elementos do conselho militar ou o seu primeiro-ministro.

A CEDEAO afirma que o governo militar da Guiné é responsável pela situação de segurança do país, em deterioração, provocando indisciplina e lutas intestinas no seio da própria junta militar, incapaz de estabelecer um governo da lei e da ordem.

As lutas internas vieram ao de cima mais abertamente na quinta-feira, quando soldados leais ao Tenente Aboubacar Sidiki Diakite abriram fogo contra o Capitão Camara, tendo o assaltante escapado à captura, depois do ataque, encontrando-se ainda a monte em companhia de vários cúmplices nos membros da guarda presidencial.

Testemunhas afirmam que o Tenente Diakite deu ordens para disparar contra manifestantes da oposição, há dois meses, resultando, segundo afirmam grupos dos direitos humanos locais, na morte de pelo menos 157 pessoas. Todavia, os militares dizem que teriam morrido apenas 57 pessoas naquela confrontação.

O Capitão Camara está a recuperar dos ferimentos numa clínica militar, em Marrocos.

O Ministro Idrissa Cherif disse a televisão estatal da Guiné que o Capitão Camara está fora do perigo, e em vias de recuperação e que antes da sua partida ao hospital, Idrissa o líder militar teria dado ordens ao Conselho Militar, para intensificar as medidas de segurança na capital do país e nas zonas fronteiriças, continuando ao mesmo tempo a trabalhar com o Presidente Compaore, e a sua mediação junto da CEDEAO, em estreita cooperação também com o grupo de inquérito das Nações Unidas sobre a violência de Setembro passado.

Entretanto, o plano do Presidente Compaore para um governo interino foi rejeitado pela coligação de partidos políticos, sindicatos laborais e grupos da sociedade civil, afirmando a coligação que não irá participar em qualquer governo de transição em que estejam integrados membros da junta militar.

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