Links de Acesso

África Considera Fundo Petrolífero


Os ministros da Energia de toda a África estão reunidos na sede da União Africana para rever um recente estudo sobre a relação entre os preços do petróleo e a saúde da economia.

A produção petrolífera africana tem vindo a crescer de forma continuada.

Um relatório das Nações Unidas diz que a produção aumentou cerca de 50 por cento entre 1990 e 2005, o que atraiu a atenção de grandes importadores do ouro negro, como a China. Neste período de 16 anos, a partilha de África na produção global subiu de menos de 10 por cento para mais de 11 por cento.

Mas embora se tenha o aumento da produção e preços mais elevados tenham enriquecido os exportadores como a Nigéria, Argélia, Sudão e Líbia, teve o efeito oposto nos países importadores do continente, um grupo muito maior. Nações pobres como a Etiópia foram empurradas para o caminho da bancarrota quando os preços atingiram os 147 dólares por barril, no ano passado.

Entre as recomendações deste estudo está a criação do Fundo de Petróleo de África que ajudaria os países importadores a defenderem-se de aumentos drásticos no preço do barril.

O principal investigador económico do Banco Africano de Desenvolvimento, John Anyanwu, afirma que o fundo seria financiado largamente por um imposto nos rendimentos dos países exportadores.

"Estamos a propor uma contribuição dos países exportadores de .05 por cento dos rendimentos do ano anterior. Vimos isto com solidariedade africana, e acima de tudo uma forma de ajudar países irmãos que são negativamente afectados na sua balança de pagamentos."

A maior parte das nações africanas ficaria satisfeita com um alívio financeiro quando as suas contas de importação de petróleo aumentam drasticamente. Mas a reacção de alguns dos países produtores africanos a este conceito de solidariedade sugere que a ideia poderá ser simplesmente colocada da prateleira.

O representante da Líbia colocou de imediato objecções, levantando dois pontos que poderão adiar qualquer consideração da proposta. Ele questionou se havia quórum entre os estados membros da União Africana para discutir o assunto, e queixou-se de que os documentos distribuídos aos delegados se encontravam apenas escritos em francês e inglês, não em árabe.

Assim que o representante líbio começou a falar os repórteres presentes na sala das reuniões foram de imediato enviados para os corredores. E quando aquele saiu da sala recusou falar aos jornalistas.

O economista do banco Africano, Anyanwu, mostrou-se surpreso coma reacção líbia. Notou que o dirigente líbio Moammar Kadhafi advoga desde há muito solidariedade africana.

"Se o que as autoridades têm dito no passado significa alguma coisa, então devem concordar comigo que o líder desse país (Líbia) tem sido um defensor da solidariedade africana, e penso que ficará satisfeito de contribuir com os recursos do seu país."

O dirigente líbio é de momento o presidente rotativo da União Africana, posição que deverá vagar no final do mês de Janeiro, numa cimeira a ter lugar em Adis Abeba.

O Malawi, como candidato do grupo da África Austral, deverá ser o próximo a presidir a este organismo do continente africano.

XS
SM
MD
LG