Links de Acesso

Peritos Discordam Sobre Plano Obama para o Afeganistão


O plano de Obama envolve um aumento de ataques militares contra os rebeldes e esforços de se fortalecer governos locais e forças de segurança afegãs, tudo ao mesmo tempo e a julgar pelo que disse Obama no seu discurso de Terça-feira num curto espaço de tempo.

Michael O´Hanlon da instituição Brookings um centro de estudos sediado aqui em Washington e que acaba de visitar o Afeganistão apoia a decisão do presidente de enviar mais tropas. O´Hanlon afirma que a estratégia tem o que chamou de uma boa possibilidade de sucesso.

"Penso que há fortes razões para o envio de um grande número de reforços. A única analise militar detalhada que foi feita pelo general McChrystal", disse o especialista em referencia ao General Stanley McCrhystal o comandante das forças americanas no Afeganistão e que pediu o reforço de 40.000 soldados.

McChrystal afirmou que sem esses reforços a campanha dos Estados Unidos e dos seus aliados no Afeganistão poderá falhar.

Mas claro está que nem todos estão convencidos que enviar mais tropas resultará em sucesso. Entre aqueles que duvidam da estratégia conta o coronal na reforma Andrew Bacevich que é agora professor na Universidade de Boston.

Bacevich disse que campanhas de contra rebelião e contra guerrilha tendem a ser longas e prolongadas, de muito custo e produzindo na generalidade resultados ambíguos.

Bacevich afirma que não espera um resultado diferente para a campanha dos Estados Unidos e dos seus aliados no Afeganistão, particularmente se o seu objectivo é, como disse o presidente Obama derrotar a Al Qaida e grupos terroristas associados a essa organização.

"Eu duvido que possamos ter sucesso e não vejo qualquer prova que mesmo que tenhamos sucesso no Afeganistão iremos dar um golpe no coração do Jihad. Penso que o mais provável é que iremos exacerbar o problema", disse.

Bacevich disse que a presença a longo prazo de tropas ocidentais em países islâmicos cria mais terroristas do que mata ou desarma. Bacevich afirma que na sua opinião a campanha de contra guerrilha agora iniciada tem pouco tempo para poder triunfar.

O presidente Obama disse que quer começar a transferir a responsabilidade pela segurança do país em Julho de 2011. O Presidente e outras entidades oficiais não afirmam quanto tempo é que essa retirada irá levar mas muitos peritos especulam sobre o calendário. Michal O Hanlon da instituição brookings é um deles.

"Uma estimativa geral é cerca de três anos para presença de um alto numero de soldados porque isso é o que vai levar para treinar, equipar e colocar no terreno forças de segurança afegãs", disse

O´Hanlon acrescenta no entanto que antes desse período, provavelmente dentro já de um ano, haverá sinais claro se a estratégia está a dar resultados ou não.

Mas Andrew Bacevich não acredita nesse calendário afirmando que qualquer expectativa de uma retirada significante dentro de três anos é demasiado optimista:

"Estou demasiado céptico sobre a possibilidade de alcançarmos sucesso dentro de três anos. Penso que o mais provável é que dentro de três anos estaremos perante uma situação ambígua e o presidente terá que tomar uma decisão ainda mais difícil do que aquela que teve agora que tomar", disse

Os analistas concordam que provavelmente vai levar o resto do mandato do presidente e talvez todo o seu segundo mandato para ter uma possibilidade de como prometeu esta semana "terminar a tarefa no Afeganistão".

Relacionados

XS
SM
MD
LG