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Conacri: Comissão de Inquérito Iniciou Investigação


Uma comissão de inquérito da ONU iniciou a investigação às mortes de manifestantes da oposição, tendo o governo prometido cooperar totalmente.

A Comissão da ONU e os seus investigadores encontram-se em Conacri para tentar saber o que aconteceu quando, a 28 de Setembro, os militares abriram fogo contra manifestantes da oposição.

Grupos de direitos humanos sustentam que pelo menos 157 pessoas foram mortas quando se manifestavam contra a eventualidade da candidatura presidencial do dirigente militar o capitão Moussa Camara.

O governo insiste em que 57 pessoas foram mortas na sua maioria devido aos atropelos provocados pelas correrias da multidão que se encontrava num estádio.

O capitão Camara manifestou profunda simpatia para com as famílias dos que foram mortos, mas por que não se encontrava no estádio afirmou não ser responsável pela violência, tendo responsabilizado os opositores políticos e o que classificou de elementos militares descontrolados.

A Comissão da ONU trabalha com a organização dos Direitos Humanos da Guiné, que documentou uma centena de casos de violações, incluindo esta mulher.

Diz ela ter sido violada por elementos da guarda presidencial. Após a violação sexual indica ter sido violada com o cano de uma arma. Ainda não se consegue sentar normalmente por se encontrar dorida. A mesma pessoa adianta que nada foi feito para cuidar dos que sobreviveram

Refere esta outra mulher que algumas das suas amigas foram violadas por homens com lenços vermelhos, camisolas vermelhas e calças com listas. Adianta que aqueles homens chegaram ao estádio num autocarro transportando catanas, machados, arcos e flechas.

Muitas das mulheres que foram violadas reconheceram os atacantes e podem fornecer as identidades.

Corrine Dufka, chefe das investigações da Human Rights Watch indica que a protecção da identidade das testemunhas será um dos maiores desafios da comissão da ONU.

"Podem adoptar medidas para tentar esconder as identidades e protege-las. Mas em última instancia quando fizerem o inquérito e saírem, então as testemunhas vão ficar vulneráveis".

Dufka refere que a verdadeira protecção da testemunha deve ter uma componente estatal, habitualmente uma unidade de protecção dentro da policiai ou do ministério da Justiça para a segurança da testemunha.

O capitão Camara e o conselho militar prometeram cooperar integralmente com a investigação, sem interferência.

Tal significa acesso a locais que possam conter valas comuns, sedes, e o acesso a indivíduos que possam ter informação directa sobre o inquérito. Significa igualmente o acesso a registos que possam fazer luz sobre o que se passou.

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