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Kim Jong Il e a “Política Hostil” dos Estados Unidos


Esta semana, o líder norte-coreano Kim Jong Il disse que regressaria às conversações entre seis países sobre armas nucleares apenas se conversações directas com os Estados Unidos pusessem fim ao que chamou de "política hostil" de Washington para com a Coreia do Norte. Mas compreender exactamente o que é que Pyongyang quer não é matéria fácil.

Em pelo menos uma forma, o uso da frase "política hostil" pela Coreia do Norte é correcta. Como comandante da coligação das Nações Unidas que repeliu em 1950 a invasão da Coreia do Sul pela Coreia do Norte, os Estados Unidos estão ainda tecnicamente em guerra com a Coreia do Norte, como está a Coreia do Sul.

E os Estados Unidos têm ainda na Coreia do Sul cerca de 28 mil soldados para deter a Coreia do Norte de repetir a invasão.

A Coreia do Norte aponta para a presença militar dos Estados Unidos no Sul, assim como os exercícios militares anuais de rotina, como prova de uma "política hostil" que Pyongyang diz justificar o seu programa de armas nucleares.

O governo totalitário da Coreia do Norte ensina prega ao seu povo que foram os Estados Unidos que começaram a Guerra da Coreia. A propaganda oficial apoia o "songun" ou militar primeiro de Pyongyang, que mantém o país em constante pé de guerra na premissa de um ataque iminente dos Estados Unidos.

Os Estados Unidos têm mantido consistentemente que não têm intenções de atacar a Coreia do Norte. Desde o pico da fome na Coreia do Norte em meados dos anos 90, os Estados Unidos forneceram mais de mil milhões de dólares de ajuda alimentar e energética a Pyongyang.

Durante seis anos, os Estados Unidos juntaram-se também a Coreia do Sul, China, Japão e Rússia na tentativa de persuadir a Coreia do Norte a terminar o seu programa de armas nucleares em troca de ajuda e reconhecimento diplomático.

No entender de Peter Beck, um professor da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, as acusações de "política hostil" são nada mais do que um instrumento para a Coreia do Norte colocar travões nas conversações hexapartidárias, porque o regime comunista de Pyongyang quer continuar a ser um país separado do Sul.

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