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Crise de Emigrantes e Deportações


A crise de emigrantes e deportações protagonizadas por Angola e pela Republica Democrática do Congo, nos últimos dias.

O administrador de Moanda, no Congo Democrático, afirmou hoje que cerca de 4 mil cidadãos congoleses chegaram aquele território da Província do Baixo Congo, depois de terem sido expulsos da cidade angolana do Soyo.

Segundo o administrador, Guillaume Ngongo Ngongo, citado pela Rádio Okapi, emissora da ONU, uma missão de várias agências das Nações Unidas e outras organizações humanitárias deverá chegar nos próximos dias ao Baixo Congo.

A expulsão de angolanos da RDCongo começou na segunda-feira depois do Parlamento de Kinshasa ter aprovado uma autorização legal para o efeito.

Na quarta-feira, o deputado da oposição congolesa Jean-Claude Vuemba exigiu ao Governo de Kinshasa que sejam encerradas as fronteiras com Angola.

O parlamentar sugeriu ainda que seja solicitada à Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) mediação para a questão das deportações recíprocas.

Sabe-se igualmente que duas rádios da região do Baixo Congo, na República Democrática do Congo (RDC), incitaram nas suas emissões, as populações contra os cidadãos angolanos que vivem naquele país.

Entretanto, fonte diplomática angolana contactada pela VOA, revelou que as relações entre Luanda e Kinshasa, de há muito vinham caminhando para uma certa tensão, situação que acabou por se degradar nos últimos tempos e na sequencia das deportações recíprocas.

A mesma fonte garantiu ainda que entre os deportados, pelas autoridades congolesas, figuram cidadãos congoleses de ascendência angolana, cujos antepassados teriam se refugiado na década de 60 do século passado e durante a guerra pela independência de Angola, naquele país vizinho.

Neste particular, o mesmo diplomata relembrou ainda o facto da Republica Democrática do Congo, ter sido num passado recente, palco de um conflito, que acabou por envolver exércitos dos países vizinhos e que teve origem na alegada politica de exclusão e discriminação de que os congoleses, de ascendência de ascendência ruandesa vinham sendo alvos no leste daquele gigantesco pais africano, mais concretamente nas províncias do Kivu do Norte e do Sul.

Em Luanda, o governo criou uma comissão, liderada pelo vice-ministro das Relações Exteriores, George Chicoty e que tem a missão de negociar com as autoridades de Kinshasa uma solução para o problema.

George Chicoty referiu a propósito ser urgente o contacto com as autoridades congolesas para uma sensibilização no sentido de conter a situação.

Ontem o Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) de Angola, o general Francisco Furtado defendeu que a expulsão de milhares de angolanos da República Democrática do Congo (RDC) nos últimos dias não deve entretanto merecer uma resposta semelhante por parte do governo angolano.

Aquele general lembrou que em Angola existe um milhão de cidadãos da República Democrática do Congo ilegais, mas defendeu que Luanda não deve enveredar por uma resposta semelhante.

De recordar que decisão das autoridades de Kinshasa em repatriar à força angolanos foi uma resposta aos milhares de congoleses que Angola repatriou nos últimos meses essencialmente das províncias diamantíferas das Lundas, Norte e Sul, onde estes se dedicavam ao garimpo ilegal de diamantes.

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