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Moçambique: Arrancou Campanha Eleitoral


Em Moçambique, a campanha eleitoral arrancou este Domingo.

O actual Presidente moçambicano, Armando Guebuza, o líder da RENAMO (oposição), Afonso Dhlakama, e o presidente do município da Beira, Daviz Simango são os candidatos à presidência.

Armando Guebuza, 65 anos, presidente da FRELIMO, partido no poder em Moçambique, vai candidatar-se à chefia do Estado moçambicano pela segunda vez, depois de ter ganho nas presidenciais de 2004, com mais de 60 por cento dos votos.

Antigo combatente da guerra contra o colonialismo português e ministro em várias pastas nos sucessivos governos da FRELIMO, após a independência do país em 1975, Armando Guebuza tentará demonstrar ao eleitorado que o país avançou muito nos últimos cinco anos, na luta contra "a pobreza absoluta", o principal argumento da sua acção governativa.

Apoiado por um partido muitas vezes acusado de abusar dos bens do Estado, pela vantagem de estar no poder desde a independência, Armando Guebuza não terá dificuldades em fazer uma campanha "todo-o-terreno", durante os 45 dias que faltam até à votação de 28 de Outubro.

Afonso Dhlakama, 55 anos, que lidera a RENAMO desde a morte em combate do primeiro presidente da formação, André Matsangaíssa, em 1978, vai fazer a sua quarta campanha eleitoral, desde o baptismo em eleições em 1994.

Nesse ano, Afonso Dhlakama, que ascendeu a general na antiga guerrilha da RENAMO, perdeu para Joaquim Chissano, da FRELIMO. Novos desaires viriam a suceder em 1999, de novo com Joaquim Chissano, e em 2004, com Armando Guebuza.

A sua principal fonte de legitimidade é a liderança de mais de 10 anos da única oposição militar contra o Governo da FRELIMO, obrigando este partido a negociar o Acordo Geral de Paz em 1992.

A pressão militar que Afonso Dhlakama exerceu é apontada como um dos factores decisivos para que a FRELIMO aprovasse a primeira constituição multipartidária no país, em 1990, como forma de antecipar o acordo de 1992.

A novidade nesta campanha será Daviz Simango, presidente do município da Beira, e presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), partido que fundou em Março deste ano, após a sua expulsão da RENAMO, por ter desafiado as ordens do partido de não se recandidatar à edilidade, nas autárquicas de 2008, que acabou por ganhar.

Filho do "histórico" da Frelimo Urias Simango que alegadamente foi morto num campo prisional da Frelimo já após a independência e licenciado em engenharia civil, Daviz Simango, 45 anos, poderá usar como trampolim para a chefia do Estado moçambicano a nova face que conseguiu imprimir ao município da Beira

O sucesso como edil da Beira, cargo a que ascendeu em 2003, depois de ganhar as eleições como candidato da RENAMO, foi largamente reconhecido dentro e fora do país, onde ganhou vários prémios de melhor edil da África Austral.

Calton Cadeado, docente do Instituto Superior de Relações Internacionais de Moçambique, em conversa com Filipe Vieira, faz uma antevisão deste pleito eleitoral. Na sua opinião vamos assistir a uma campanha nos moldes tradicionais, animada, sobretudo nas zonas urbanas, com a presença do MDM, o mais novo partido.

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