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América Há Muito Virada Sobre Si Própria


A América desde há muito dita virada sobre si própria, isolacionista, sem horizontes definidos para além das suas fronteiras culturais, não é uma entidade que as páginas da sua história nos possam confirmar. Na realidade, desde o período colonial, a América sempre se interessou por outros povos e outras culturas. Que o digam em primeiro lugar o Médio Oriente, a África e as Caraíbas, desde sempre: “se mais mundos houvera lá chegara para dizer”.

Anda ainda nos compêndios da nossa história, Historia dos Estados Unidos, o termo “isolacionismo” para descrever a postura da América independente, desde 1776,mais precisamente, talvez, desde a famosa despedida de George Washington, quando ao abandonar a presidência em 1793,o primeiro presidente da América acautelava as gerações seguintes de Americanos contra envolvimentos estranhos com outros povos e nações, alinhando-se com eles nas suas guerras e conflitos internos, mas que dessem prioridade aos assuntos da sua própria casa, da sua nova nação.

Uma Proclamação de Neutralidade, foi chamada desde então, Washington Farewell Address, o Discurso de Adeus, de George Washington, Documento Fundamental da política externa americana, até hoje lido com acatamento e cerimonia nas escadarias do Congresso, todos os anos, em Fevereiro, em homenagem ao primeiro presidente americano.

Mais tarde, um outro presidente americano, James Monroe, o quinto na sucessão presidencial americana, viria acentuar esta mesma nota com uma proclamação igualmente famosa, The Monroe Doctrine, a Doutrina Monroe, de 1823,que proibia as nações europeias de se envolverem em novas aventuras imperiais no Continente Americano.

Assim ficou historicamente definida a doutrina do isolacionismo americano, até a Primeira Guerra Mundial, atesta ainda a história, quando os couraçados da Alemanha militarista começaram a ameaçar o comércio marítimo da América, e não só, no alto mar, forçando Woodrow Wilson a entrar em guerra em 1917 contra a Alemanha, ao lado da Grã-Bretanha, da França, e doutras nações aliadas.

A América abandonava o seu isolacionismo secular para se enfileirar na corrente da política internacional contemporânea, como as outras nações. Verdade ou mito?

Não é mito, sem ser verdade total. É o que pretendemos provar nas conversas a seguir. A América na sua Historia, colonial e nacional, manifestou um interesse, todo inteiro, de se envolver com os outros povos, chamem-lhes nações também, mas não necessariamente por motivos políticos, de dominar ou ser dominado.

As páginas da Historia Americana desde o período colonial, palpitam de energia e força de curiosidade dos americanos que desejavam conhecer outros povos, não apenas na Europa das suas origens, mas ainda noutros quadrantes do globo, na Ásia, no Médio Oriente e no Oriente, mais além, na África lendária, talvez por isso mesmo, para desvendar os seus mistérios e verdades recônditas, que os escravos trazidos para aqui de alguma maneira e forma já revelavam nos seus modos de viver e crenças religiosas, nas Caraíbas, cujo povoamento iria surgir e consolidar-se na mesma altura e compasso do tempo em que se criava e se consolidavam as raízes da nação de George Washington e seus continuadores. Será este um encontro marcado com os ouvintes todos os domingos, em conversas sobre a América e a Sua Historia, ao encontro doutros povos, outras culturas.

Falaremos primeiro da América e o Médio Oriente, entendido como expressão geográfico cultural desde Marrocos, na contra costa do Gibraltar hispano, até as margens gangéticas aquém do Paquistão e Afeganistão, sem exclusão destes dois, que foram no passado e continuam a sê-lo no presente terreno de interesses de toda a definição de gerações de americanos, uma historia de encontro de culturas, pouco, talvez nunca, contada e ouvida.

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