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Política de Cooperação Brasil-África


A política de cooperação Brasil-África se intensifica não só nas esferas do governo.

No momento em que o governo brasileiro busca reforçar a sua presença no continente africano, organizações não governamentais, ONGS, também mostram envolvimento em programas de cooperação com países como Angola. Um dos exemplos é a actuação do PIBA – Programa de Intercâmbio Brasil Angola, em torno do qual é organizada uma nova rodada de acções para os próximos meses.

O PIBA envolve dezenas de brasileiros e angolanos em trabalhos de cooperação entre os povos dos dois países com foco, principalmente, nos direitos da infância. O programa é idealizado e dirigido pelo Projecto Roda-Viva, uma ONG brasileira, com sede no Rio de Janeiro, que tem como alvo principal a promoção dos direitos da criança entre as comunidades carentes.

Ao todo, fazem parte da rede de intercâmbio 21 ONGs no Brasil, nos estados do Rio de Janeiro, Pernambuco e Ceará, além de outras 21 organizações em Angola. São entidades de promoção de direitos da infância e da juventude, combate à exploração sexual e ao tráfico humano, além de organizações que lutam pelo direito a terra e desenvolvimento local sustentável, ONGs do movimento negro, que trabalham as questões da discriminação, entre muitas outras.

A coordenadora do projecto, Tânia Jandira Rodrigues Ferreira, afirma que o objectivo geral desta rede de cooperação, iniciada em 2003, é fortalecer a sociedade civil angolana. Para isso, a direcção do PIBA já prepara uma segunda etapa de trabalhos de cooperação, já que a primeira, iniciada em 2003, foi encerrada este ano. A proposta, para os próximos meses, é ampliar a actuação na área dos direitos humanos para além do foco da infância.

Tânia Jandira explica que o programa de cooperação consiste no repasse de tecnologia social brasileira para as organizações angolanas através de viagens de brasileiros à África e vice-versa. Para a coordenadora, como balanço dos trabalhos até agora tem quer ser destacado o desenvolvimento da capacidade dos angolanos trabalharem em rede. "Isso lá hoje em dia é uma força. Eles começaram a se organizar mais em rede, na rede do programa e em outras redes para que pudessem lutar pelos direitos da infância lá", afirma.

Jandira garante que as realidades diferentes da infância entre os dois países não impedem a transferência de conhecimento. "Os aparatos jurídicos são muito diferentes, mas as organizações trabalham importância de se resgatar a cultura local e o respeito à própria criança. É esse entendimento que é mais importante para que eles busquem seu próprio caminho", garante a coordenadora.

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