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Nigéria: Amnistia Abrange Região Petrolífera


Na Nigéria entrou hoje em vigor um programa oferecendo dinheiro, formação profissional ou concedendo perdões a militantes que entreguem as suas armas. O governo espera que aquelas medidas se traduzam por uma maior estabilidade na região petrolífera do Delta do Níger.

O governo nigeriano espera desarmar pelo menos 10 mil militantes durante os 60 dias em que a amnistia estará em vigor. De acordo com o coordenador do porgrama, Lucky Ararile, a reintegração dos militantes passa pelo seu desarmamento e desmobilização.

" Trata-se basicamente, disse ele, de um programa de desarmamento, desmobilização e reintegração. As primeiras duas fases são essencialmente militares visto que estamos a lidar com armas. Depois dessas fases vamos preparar os centros de integração para receber os militantes onde serão seleccionados de acordo com as suas qualificações. Eles deverão depois escolher o que é que querem fazer para ganhar a vida quando voltarem ao seio da sociedade, concluiu"

Centenas de militantes manifestaram o seu interesse por este programa de amnistia incluindo alguns comandantes rebeldes. Permanecem contudo por responder muitas questões acerca daquilo que acontecerá depois de terminado o período de amnistia de 2 meses.

Um líder local, o chefe Edwin Clark , afirma que a amnistia deve ser apenas o primeiro passo para resolver os antigos diferendos naquela região da Nigéria.

"A amnistia não é um fim por si só, afirmou Clark. Deve ser um modo de se atingir esse fim. Quero dizer que quando a amnistia estiver em vigor o governo federal deve intervir para desenvolver esta área tão negligenciada. Se isso não for feito a amnistia falhará, disse ainda Clark"

Verifica-se por outro lado um certo cepticismo na região a propósito dos esforços do governo nigeriano para reformar o sector petrolífero. Uma proposta de lei para conceder ao governo federal a propriedade do petróleo está perante o parlamento e já provocou forte oposição entre os líderes do Delta do Níger que dizem que a legislação os deixaria sem fundos.

Um advogado do Delta do Níger Akpo Odje afirma que a estabilidade só poderá voltar aquela região quando as populações locais passarem a usufruir dos rendimentos petrolíferos." Chegou o momento, disse ele, do governo revitalizar esse aspecto do sofrimento do povo e reestruturar a indústria petrolífera de modo a que as populações possam beneficiar desses recursos."

No final de Junho o presidente nigeriano Umaru Yaradua ofereceu uma amnistia total a todos os militantes que depusessem as armas e renunciassem à violência. A amnistia prolonga-se até 4 de Outubro.

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