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Cimeira da UA Arranca na Líbia


A décima-terceira cimeira da União Africana iniciou-se hoje na Líbia, na cidade costeira de Sirte, terra natal do líder líbio Moamar Gadhafi, com a presença do presidente do Sudão, Omar al-Bashir, está presente na cimeira desafiando uma acusação de crimes de guerra do Tribunal Penal Internacional, assim como o primeiro-ministro de Itália, Silvio Berlusconi, e o presidente do Brasil, Lula da Silva. Fala-se na rua que a Coreia do Norte vai enviar uma delegação de observadores. Mas talvez a maior noticia e que o presidente do Egipto, Hosni Mubarak, poderá comparecer a cimeira.

O presidente egípcio, de 81 anos, não participa numa reunião de líderes africanos desde que escapou a uma tentativa de assassínio durante a cimeira da Organização de Unidade Africana (OUA) em Adis Abeba em 1995.

Na última cimeira da UA, apenas 21 chefes de estado assistiram a tomada de posse de Gadhafi como presidente em exercício. Existe preocupação se desta vez ira haver um maior o número de chefes de estado presentes. Mas com Gadhafi a voltar a falar sobre algumas das suas controversas propostas para a criação dos Estados Unidos de África, muitos chefes de estado poderão novamente ficar em casa.

Acontecimentos a margem da cimeira de Sirte já causaram uma aparente quebra do impasse sobre a Somália. Jornalistas em Sirte disseram que o IGAD, grupo regional de países da África Oriental, vai pedir a cimeira para mudar a AMISOM, a fraca missão de manutenção da paz da União Africana, por uma robusta força de combate.

O IGAD, que compreende seis países da África Oriental, procura alterar um regulamento que proíbe os vizinhos da Somália de enviar tropas para a AMISOM. Dois países do IGAD, a Etiópia e o Quénia fazem fronteira com a Somália e estão a ser muito solicitados a desempenharem um papel mais significativo na ajuda ao seu vizinho.

Kenneth Mpysi, do Instituto de Estudos de Segurança, em Adis Abeba, disse que a cimeira da UA acontece em boa altura para o futuro da Somália.

"Penso que o IGAD vai pressionar a União Africana a continuar e fortalecer o seu papel em termos de vontade política, numa altura em que a situação na Somália parece estar a agravar-se. Por isso, a Somália poderá ser uma das áreas onde poderemos ver algo de significativo chegar, particularmente devido a pressão do IGAD", disse.

Outros assuntos de segurança que deverão receber atenção da cimeira incluem a recente agitação política no Níger e mudanças inconstitucionais de governo ou tentativas de golpe de estado em Madagáscar, Mauritânia, Guiné-Conakry e Guiné-Bissau.

Também na agenda vai estar uma tentativa por alguns estados membros de expressar a oposição unificada do continente as acusações de crimes de guerra contra o presidente sudanês Omar al-Bashir.

As acusações formuladas pelo Tribunal Penal Internacional foram um tópico quente na última reunião da UA em Fevereiro. Mas uma tentativa para forjar um consenso falhou numa pré-sessão da cimeira em Adis Abeba no mês passado, quando apenas um pequeno grupo de países apoiou uma iniciativa patrocinada pela Líbia e Sudão para retirar em uníssono do acordo de criação do Tribunal Penal Internacional.

A cimeira de três dias da União Africana em Sirte começa hoje e encerra na sexta-feira. A Voz da América não conseguiu obter um visto das autoridades líbias para cobrir o evento.

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