Chamam-lhe já a Conexão Lusófona. Uma crescente ligação na rede do trafico de drogas na qual grupos brasileiros jogam um papel importante. São os crescentes intermediários entre os fabricantes de cocaína na Colômbia e as rotas de contrabando para a Europa.
"Há definitivamente uma conexão lusófona do Brasil para Cabo Verde para Guiné Bissau" disse Antonio Mazzitelli, do departamento das Nações Unidas de combate à droga e crime .
Candace Ross uma especialista no combate à droga do comando africano das forças armadas americanas, o Africom, concorda.E alertou para o facto de que Moçambique um país que até agora não tem jogado um papel importante na rota da droga pode ser afectado por isso."Os brasileiros têm essas ligações históricas com certos países e os contrabandistas estão a explorar isso" disse esta especialista do Africom. " Digo portanto que Moçambique é uma zona de preocupação devido às ligações com o Brasil e devido aos rumores que começamos a ouvir sobre isso", acrescentou
É com esta ligação ao Brazil e ao trafico da cocaína que surge o nome de Angola. Angola, estrategicamente situada como porta de entrada da América latina para África central e sul é um atractivo enorme para as redes de contrabandistas de cocaína do Brasil.
Um especialista fez notar os numerosos portos, a enorme costa, a fraca capacidade das instituições policias e o crescente numero de voos entre o Brasil e Angola e de comercio entre os dois países com grande movimentação de contentores de cargas
A salientar ainda que neste último ponto da conexão Lusófona não se pode deixar de mencionar Portugal. É um dos principais pontos de entrada de droga na Europa. As suas ligações com os outros lusófonos são sem dúvida uma das razões.
E parece que quando há problemas num dos países lusófonos a alternativa é outro onde se fale a mesma língua."Provavelmente a ascendência da Guiné-Bissau no trafico de drogas está ligada ao facto de que Cabo Verde fechou essas rotas", disse Antonio Mazzitelli da ONU.
