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A Visão Chinesa de África


Nos últimos anos o envolvimento da China em África tem aumentado consideravelmente com investimentos e ajuda.

Mas como é que a China vê Africa? Isso foi tema de uma conferência em Washington em que participaram especialistas chineses e americanos. Uma das participantes foi a Dra He Wenping, directora do Instituto de Estudos de África e Ásia na academia chinesa das ciências sociais.

A Dra. Wenping disse considerar que a tendência geral em África é para a paz e para uma era de menos conflito. Acrescentou que alguns conflitos persistem mas que o número de conflitos e caos é de menos de 10 em todo o continente.

As potências regionais que ela identificou como sendo África do sul, Nigéria Egipto e Quénia tem mantido a estabilidade politica e desenvolvimento politico, disse ela

Apesar da violência pós eleitoral no Quénia a Dra He disse estar confiante que as dificuldades serão ultrapassada.

"Portanto no futuro penso que a tendência de estabilidade politica em África pode ser mantida mesmo com conflito e turbulência em algumas áreas" disse a especialista chinesa acrescentando ser sua opinião que o sistema de multipartidarismo se vai continuar a fortalecer em África embora, conforme afirmou, os países africanos irão continuar à procura de um sistema politico que descreveu de apropriado a cada país irão continuar

A Dra He Wenping disse que a democratização em África tinha sido resultado da combinação da derrocada da União Soviética, pressões ocidentais e ainda o resultado dos persistentes problemas económicos e financeiros.

Mas a Dra He disse haver ainda opiniões contrárias à democratização em África. Alguns, disse ela, consideram isso como a segunda libertação de África tanto ou mais importante que a libertação do colonialismo.

Outros consideram-no como um produto de luxo que está a ser consumido antes de tempos devido as dificuldades sociais e económicas ainda existentes, acrescentando que do seu ponto de vista as particularidades do desenvolvimento democrático africano não significam necessariamente que democracia não seja viável para África. A Dra He tornou claro que ainda na sua opinião muitos países africanos tinham saltado da etapa de unificação e igualdade política para a democracia mas quaisquer que sejam as condições a Dra He considerou que não se pode voltar atrás. O sistema democrático multipartidário é uma realidade.

"A realidade da globalização e a interdependência da política e economia mundial forçaram África a fazer face à integração política e à democratização política ao mesmo tempo", disse a especialista chinesa.

Esta destacada dirigente da academia chinesa de ciências sociais disse que uma diferença das perspectivas chinesa e do mundo ocidental sobre África é que os chineses vêm sempre África como "um continente de oportunidade e não têm a versão ocidental que ela disse ser uma de um continente de problemas e má sorte".

A China aprendeu também nos últimos anos não ver África como uma entidade única mas sim um aglomerado de diferentes, grupos, opiniões, diferentes partidos e organizações não governamentais.

"Portanto quando queremos compreender África de um modo global não é suficiente ouvir lideres e os seus aliados,"disse ela.

"Temos que contactar e ouvir a voz do povo do continente", acrescentou.

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