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Conselho de Segurança da ONU na Libéria


Uma delegação do Conselho de Segurança chegou a Libéria, na sua última escala de uma digressão a quatro nações africanas para avaliar os trabalhos e sucessos das suas missões de manutenção de paz em África.

Os 15 embaixadores do Conselho de Segurança chegaram a Monróvia na terça-feira, a noite, em missão de estudo, a fim de examinarem o progresso alcançado desde 2005,quando a Libéria elegeu uma mulher para seu presidente, a primeira a ocupar o posto, em África. Ellen Johnson Sirleaf, economista formada pela Harvard, nos Estados Unidos, está a tentar reavivar um estado falhado, que herdou, depois de 14 anos de guerra civil e má governação do Presidente Charles Taylor.

A Embaixadora americana, Susan Rice, chefia a delegação do Conselho de Segurança. Em declaração feita a Voz da América durante o voo a caminho de Monróvia, a diplomata americana disse que a Libéria, sob a liderança da Presidente Sirleaf, deixou de ser um estado falhado, todavia continua frágil.

“A Libéria é frágil…disse Susan Rice…devido ao facto da região ser relativamente instável…frágil também devido a grupos armados que ainda operam nas zonas vizinhas do território liberiano…e mais ainda…frágil devido a elevada taxa de desemprego no pais…onde os antigos combatentes ainda não encontram alternativas para a sua reintegração na sociedade da maioria…situação essa tornada pior ainda pela crise alimentar e financeira a escala global.”

Susan Rice disse que os embaixadores vão estudar e avaliar o ponto da situação na Libéria, antes da decisão do Conselho de Segurança, até o fim do ano, para estender a sua missão de manutenção de paz, a UNIMIL, naquele país oeste-africano, podendo, afirmou, o mandato da UNIMIL ser prolongado até as eleições presidenciais na Libéria, em 2011.

”Estas serão as segundas eleições democráticas desde que Ellen Johnson Sirleaf assumiu o poder em 2005.Todos são de opinião que estas eleições constituem um ponto de viragem para ajudar a Libéria a consolidar a sua democracia, esperando-se que a UNIMIL esteja presente a ajudar na configuração desse processo.”

Na terça-feira a delegação do Conselho de Segurança visitou a capital congolesa, Kinshasa, onde discutiu o futuro da maior missão de manutenção de paz das Nações Unidas em África, a MONUC, constituída por uma força de 17 mil homens, presentemente empenhada em operações militares conjuntas com as forças armadas congolesas, acusadas de crimes contra os civis.

A delegação do Conselho de Segurança encontrou-se com o Presidente Joseph Kabila e com o Primeiro-ministro Adolf Muzito, apresentando aos dois governantes congoleses a lista de cinco suspeitos de crimes de guerra, presentemente integrados nas forças armadas congolesas.

O Embaixador da França, Jean-Maurice Ripert, disse que os líderes congoleses prometeram investigar as alegações contra os cinco suspeitos.

O grupo Human Rights Watch alegou esta semana que os soldados congoleses estavam implicados em crimes tais como violações e assassínios, alegações que o governo congolês classificara de mentirosas.

A MONUC juntou-se recentemente as forças congolesas, conhecidas por FARDC, numa campanha destinada a combater os rebeldes congoleses que operam em remotas regiões montanhosas, no leste do país.

A MONUC e os 15 diplomatas do Conselho de Segurança manifestaram o seu desapontamento de terem que trabalhar lado a lado com suspeitos de crimes de guerra. Mas afirmaram ser essa a melhor forma e oportunidade para desalojar os rebeldes ruandeses das suas posições, ruandeses, acusados, eles também, de atrocidades durante os 15 anos da insurreição que começou quando fugiram para a Republica Democrática do Congo, depois do genocídio no Ruanda, em 1994.

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