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Continua Debate Sobre Sanções a Cuba


A possibilidade da Administração Obama levantar as sanções a Cuba está a provocar acesso debate na capital americana

Em recentes audiências no congresso aqui perto da voz da América congressistas expressaram pontos de vista diferentes sobre as perspectivas de melhorias na situação de direitos humanos e de mudanças politicas em Cuba. Como seria de esperar um aspecto central dessas discussões foi a possibilidade do governo do presidente Obama aliviar as restrições ao embargo aplicado a Cuba em 1962.

Com a sua decisão recentemente anunciada de aliviar alguns aspectos do embargo americano , o presidente Obama não deixou duvidas que gostaria de ver o desenvolvimento de um novo tipo de relacionamento com Cuba embora mantendo a questão do direitos humanos em Cuba no topo da agenda para possíveis relações.

O sucesso desta nova visão para com o governo de Havana será determinado nos próximos meses à medida que reuniões exploratórias se realizarem para determinar a possibilidade de conversações formais sobre assuntos bilaterais e regionais.

Walter Bastian, vice-secretário assistente do comércio para o hemisfério ocidental disse que ao aliviar as restrições a visitas familiares, envio de remessas e investimento em telecomunicações o governo teve como objectivo colocar as relações numa via mais produtiva.

"O Presidente Obama indicou na Cimeira das Américas que os Estados Unidos querem um novo começo nas suas relações com Cuba," disse ele acrescentando que "a medida foi anunciada a 13 de Abril e teve como objectivo indicar ao povo de Cuba e ao governo de Cuba que os estados Unidos estão prontos a seguir politicas que fortaleçam as ligações entre os povos nos nossos países e que fortaleçam o progresso em direcção a uma cuba livre e democrática".

Apoiantes e oponentes do alívio do embargo testemunharam no congresso sobre as vantagens e desvantagens do processo para as empresas americanas e para os esforços de Washington de apoiar activistas dos direitos humanos e presos políticos em Cuba.

James Cason foi chefe da missão da secção de interesses dos Estados Unidos em Havana e é o presidente do Centro para uma Cuba Livre. Para ele não haverá benefícios do levantamento do embargo.

"Não não consideramos que o fim unilateral agora daquilo que resta do embargo irá promover maior liberdade económica e politica em Cuba ou trazer grandes benefícios a companhias americanas", disse ele

Kirby Jones, Presidente da Associação de Comércio Estados Unidos Cuba afirma que os 47 anos do embargo dos Estados Unidos não serviram para alcançar quaisquer dos seus objectivos originais e sublinha que o Presidente Obama não deve estabelecer pré condições ou dar ao mesmo tempo grande peso às declarações de Fidel Castro.

"Seria um erro ler um editorial ou uma coluna de opinião no jornal Granma e interpreta-lo como sendo a palavra final sobre a política do governo cubano" disse ele numa referencia clara aos artigos que Fidel castro publica no jornal dando a sua opinião sobre acontecimentos recentes.

"Penso que há um meio de começar a falar sobre como ressuscitar as conversações bilaterais sobre imigração, combate ao tráfico de drogas e meio ambiente que foram suspensas durante a anterior administração,"acrescentou.

"Isso é do nosso interesse e devemos iniciar o processo de conversar do mesmo modo que Ronald Reagan fez com os soviéticos: Descreveu-os como o império do mal mas continuou a falar com eles" disse

O congressista Democrático Bobby Rush presidente do subcomité para o comércio e energia disse que os Estados Unidos estão a seguir uma política isolacionista ao continuar o embargo a Cuba

"Todas as nações do continente americanos, excepto os Estados Unidos restabeleceram relações com Cuba" disse ele. Para esse congressistas "todos os nossos concorrentes económicos incluindo a China, Brasil, México, Japão e Canadá negoceiam actualmente com Cuba" acrescentnado que

" Cuba já tornou claro que essas mesmas portas se encontram abertas para os Estados Unidos e as nossas politicas não deveriam ser as de impedir as empresas americanas de estabelecer negócios com o povo cubano".

Mas o republicano George Radanovich opôs se afirmando que " enquanto os Castros estiverem a frente de um regime que reprime a liberdade individual, oprime pontos de vista políticos diferentes e expressa hostilidade para com a liberdade religiosa relações comerciais com cuba são uma injustiça para com o povo cubano e para com aqueles que defendem a liberdade".

Adrean Rothkopf da Câmara de Comercio americana concordou com um legislador que afirmou que os Estados Unidos estão a usar padrões duplos ao isolarem Cuba mas ao mesmo tempo mantendo relações com outros países que têm também problemas de direitos humanos.

Rothkopf descreveu as decisões do presidente Obama e proposta legislação enviada ao congresso como os primeiros passos importantes para uma politica que resultará na promoção de uma transição para a democracia e liberdades cívicas.

"Em vez de encorajar Cuba a democratizar-se o embargo só ajudou a fortalecer o regime comunista. Em vez de isolar Cuba isolou os Estados Unidos dos seus aliados" disse ele

Geoff Thale, director de programas do Centro de Washington para a America latina, um centro de estado sediado aqui na capital americana, disse que a administração Obama deve continuar a pressionar Cuba bano que diz respeito aquilo que são violações inaceitáveis dos direitos humanos internacionalmente reconhecidos.

"Temos pouca influencia e pouca capacidade de pressão", disse acrescentando que "Cuba é livre de ignorar os nossos pontos de vista sobre direitos humanos porque não temos muita influencia sobre o seu governo, a sua económica, a sua diplomacia e a sua politica".

Contudo o congressista republicano Phil Gingrey disse que qualquer passo futuro em relação a Cuba tem que estar condicionada à melhoria dos direitos humanos. Uma questão, disse ele, deve estar sempre em mente:

"O comércio de Cuba com os Estados Unidos vai melhorar as condições económicas e politicas para os cidadãos cubanos ou significa apenas recompensar e apoiar o governo comunista repressivo controlado por Fidel e Raul Castro?" interrogu o congressista

Um porta voz do departamento de estado disse esta semana que a administração Obama gostaria de ver Cuba reciprocar as medidas americanas aliviando entre outras coisas as restrições politicas e libertando os presos políticos mas sublinhou que os Estados Unidos não insistem em condicionalismo para o dialogo.

A secretaria de estado americana Hillary Clinton disse recentemente e legisladores que a administração Obama está a analisar uma declaração inicial do presidente cubano Raul Castro segundo a qual Havana estaria disposta a colocar tudo na mesa das negociações bilaterais incluindo a questão dos direitos humanos.

Clinton disse que o governo americano estão pronto a envolver com o governo cubano e permanece aberto nos seus esforços para iniciar contactos.

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