Grupos de activistas afirmaram que doadores ocidentais devem recusar dar ajuda ao Zimbabué para desenvolvimento devido a continuação da violação de direitos humanos, mas que devem continuar a fornecer ajuda humanitária. Esta posição acontece numa altura em que o novo governo zimbabueano de partilha do poder anda em busca de biliões de dólares em ajuda externa para revitalizar a economia do país.
A chefe do grupo Human Rights Watch na África do Sul, Tiseke Kasambala, disse que a comunidade internacional deve mostrar apoio ao novo governo de partilha do poder do Zimbabué, mas que ainda não é tempo para assistência directa governo a governo.
"Estamos a pedir aos doadores internacionais para não recomeçaram a ajuda ao desenvolvimento ao Zimbabué, até que elementos da ZANU-PF no Governo ponham termo aos abusos e apoiem sérias reformas de direitos humanos no pais."
Kasambala afirmou que três meses depois da formação do governo de unidade nacional pela ZANU-PF do presidente Robert Mugabe e o Movimento para a Mudança Democrática do primeiro-ministro Morgan Tsvangirai, continua a detenção e intimidação de activistas.
Ela disse que a polícia zimbabueana continua a interromper manifestações pacíficas, tais como uma de estudantes recentemente. E o governo ainda não acabou com leis repressivas de segurança e dos midia.
O ministro
zimbabueano das Finanças, Tendai Biti, encontrou-se esta semana com o Banco
Mundial e o Fundo Monetário Internacional, em busca de dois mil milhões de
dólares de ajuda a curto prazo para revitalizar a economia e restaurar os
serviços sociais.
Países da África Austral terão prometido a Harare várias centenas de milhões de dólares em créditos e empréstimos. Mas o governo de Harare ainda não obteve fundos de grandes doadores internacionais.
O grupo International Crisis emitiu na semana passada um relatório afirmando haver sinais de colaboração política construtiva entre a ZANU-PF e o MDC. Mas disse também que membros de linha dura do sistema de segurança estão a tentar causar que o novo governo falhe.
Kasambala afirmou que o novo governo do Zimbabué precisa de apoio e de ajuda humanitária.
"O que dizemos, contudo, e que com este tipo de abusos que estão a acontecer e falta de responsabilidade do governo, esta não e a altura para olharmos em assistência governo a governo. No entanto, há ainda espaço para o fornecimento de assistência humanitária significativa."
Notícias indicam que as novas políticas fiscais, tais como a autorização de fazer comércio em moeda estrangeira, estabilizaram os preços e levaram de volta os produtos básicos para as lojas. A epidemia de cólera que dura há cinco meses abrandou e muitas escolas reabriram as suas portas.
Mas activistas afirmam que a situação humanitária e económica no Zimbabué continua grave, especialmente para os milhões de desempregados e metade da população do país que depende de ajuda alimentar para sobreviver.