Este ano marca o quinquagésimo aniversário do Tratado da Antárctica, criado para ajudar a governar e proteger o continente antárctico.
Diplomatas, cientistas e outros discutiram em Baltimore, estado de Maryland, Estados Unidos, vários assuntos, incluindo como o aquecimento global afecta o frágil ambiente da Antárctica.
A primeira coisa que um pessoa encara quando se chega à península Antárctica é que não há tanto gelo e neve quanto se espera.
Como explica Mikhail Andreev, da Estacão russa Bellingshausen, o cenário de preto, castanho, verde e branco tem, agora, tons de verde.
"Esta planta era muito rara aqui. Agora, podemos encontrar champsia em todo lugar. Há um ponto aqui completamente coberto de relva".
Plantas como a champsia Antárctica nunca teriam antes sobrevivido. Contudo, por causa da rápida mudança das condições climáticas, elas são capazes de florir na Península e começou a pressionar a flora e a fauna locais, por não se adaptar bem ao frágil ecossistema.
As novas espécies são consideradas indicadores alarmantes na Antárctica. Uma vez considerada uma região muito seca, os níveis de humidade crescem a cada ano e a área está a tornar-se mais amena.
Registos antigos mostram que as únicas precipitações na área costumavam ser neve. Mas José de Medeiros, do programa do Brasil na Antárctica, diz que o verão será a nova tendência.
"Está chovendo quase todos os dias nos últimos dez anos, enquanto vinte anos atrás nunca chovia aqui".
O clima está na vanguarda dos estudos conduzidos em mais de 60 bases científicas na Antárctica. Cientistas como Thais Santos estão a conduzir experiências sobre os efeitos do aquecimento global.
"Nós estamos a medir as radiações ultravioletas, assim podemos ver os efeitos e a intensidade da radiação na estacão Ferras".
Os cientistas afirmam que a fina camada de ozono no Pólo Sul causa mudanças climáticas que sucedem mais rapidamente na Península Antárctica. Eles estimam que a mudança aconteça três vezes mais rápido do que em qualquer outro lugar.
Yves Frenot, do instituto polar francês, declarou que este é o motivo pelo qual os cientistas controlam a área cuidadosamente.
"Nos últimos 50 anos na península antárctica, estimamos que a temperatura global tenha aumentado cerca de 2 ou 3 graus. Isto representa um aumenta muito grande comparado com o que aconteceu no passado."
Basta comparar este índice com qualquer outro lugar no mundo: "os cientistas afirmam que leva mais de 3 mil anos para que a temperatura aumente nos mesmos níveis."
O líder do Instituto do Chile na Antárctica, José Retamales, afirma que as provas das mudanças no continente são bastante visíveis.
"Um grande pedaço de gelo simplesmente desaparece na água, em poucas semanas. E não permanece por muito tempo. Isto não é normal, nunca aconteceu antes. Talvez isto significa que o aumento de meio grau na temperatura pode causas grandes mudanças."
O francês Yves Frenot declarou que o aquecimento é uma preocupação porque regiões polares são conhecidas por anunciar o que irá acontecer no resto do mundo.
"As regiões árcticas e antárcticas são essenciais para a dinâmica do ozono e para manutenção climática, e qualquer mudança nesses locais podem afectar o clima global."
Como as mudanças acontecem rapidamente na região, os cientistas acreditam que observando o que acontece, eles serão capazes de fazer um prognóstico do que poderá ocorrer em qualquer lugar.