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Não Haverá Base Americana em São Tomé


Os Estados Unidos não têm qualquer intenção de construir uma base naval em São Tome ou de estabelecer o quartel general do Comando Africano, AFRICOM, em África, disse um destacado oficial da Marinha americana

Num encontro com jornalistas para discutir no programa de parceria com África o contra almirante William Loeffler frisou que o ênfase da marinha americana neste momento é o de aumentar a capacidade das marinhas africanas para melhor defenderem as suas costas e os seus interesses. Ao fazerem isso, disse o contra almirante, estarão a trabalhar para bem de todos.

Instado a pronunciar-se sobre notícias de há alguns meses atrás que falavam do interesse americano em estabelecer uma base em São Tomé o contra almirante foi peremptório:

"Não. O programa de parceria com África tem como objectivo construir capacidades" disse para acrescentar que ao contruir-se "a capacidade de cada país eles próprios poderão levar a cabo as actividades de Segurança nas suas próprias águas e territórios".

Desde que o Comando Africano foi formado tem havido constante debate sobre a presença do quartel-general deste comando em África. O contra almirante Loeffler comanda as forças navais americanas na Europa estacionadas em Itália e faz também parte do Africom. E foi também claro quanto aos planos do Africom

"O nosso quartel-general tem sido em Nápoles desde há vários anos e antecipo que é lá que vamos ficar" disse o contra almirante referindo-se às forças navais

"Como vocês sabem o Africom está sediado em Estutgarda na Alemanha e eles já declararam que é lá que vão ficar. Não há qualquer intenção em construir um quartel-general no continente africano" acrescentou.

Interrogado sobre se o interesse dos Estados Unidos em África e particularmente na África ocidental se devia aos recursos petrolíferos dessa região Loeffle disse que África no seu todo foi "sempre de interesse estratégico para o mundo".

Loffler disse que hoje em dia devido a esses recursos a segurança nessa região beneficia todos não apenas os africanos do Golfo da Guiné mas para todo o mundo. Diplomaticamente acrescentou que ao melhorar se a segurança marítima no Golfo da Guine isso irá beneficiar todos os povos, não só os do golfo da guine mas de todo o mundo.

Interrogado sobre o problema do tráfico de drogas na costa ocidental de África o contra almirante William Loeffler frisou que esse problema é um exemplo claro da interdependência em termos de segurança de todos os países do mundo:

"Houve um grande aumento na entrada de cocaína e outras drogas através do Atlântico sul da América central e do sul para o continente africano e daí para a Europa" disse o oficial da marina americana para quem esse tráfico exemplifica do melhor modo o facto de que "coisas que às vezes parecem não estar relacionadas que acontecem na América do Sul podem influenciar África e depois a Europa".

"É por isso que dizemos que a segurança nas águas comuns é uma questão para todos os países e não apenas para aqueles que podem parecer estar directamente envolvidos na questão" acrescentou.

O almirante Loeffler disse que até agora a maior parte dos países africanos tem sido o que chamou de "terra centristas", isto é virados para a concepção que os seus interesses jazem em terra não no mar e daí o pouco apoio que as marinhas africanas tem recebido.

Como exemplo das riquezas no mar que são espoliadas de países africanos o contra almirante disse que se estima que o ano passado 1.300 milhões de dólares de pescados foram retirados das zonas económicas exclusivas africanas sem autorização.

Só isso é razão para que os países africanos comecem a dar mais importância ao mar.

Para o contra almirante contudo isso não implica que esses países recebam material dos Estados Unidos ou outras potencias. Implica isso sim treino e melhoria de capacidades.

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