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Madagáscar: Tropas Tomam de Assalto Palácio Presidencial


Dois blindados, apoiados por tropas, assumiram o controlo do palácio presidencial em Antanarivo, a capital de Madagáscar, pouco depois do Exército se ter declarado a favor do líder da oposição, Andry Rajoelina, que exigira, na véspera, a demissão do presidente Marc Ravalomanana.
Ouviram-se tiros e explosões em volta do palácio, mas Ravalomanana não estava no edifício. Encontrava-se, segundo as agências noticiosas, num palácio perto, a cerca de seis quilómetros do centro da cidade.
Rajoelina tinha pedido, anteriormente, que as forças de segurança prendessem o presidente, recusando a proposta de Ravalomanana para levar a cabo um referendo. O presidente diz que apenas sairá de modo democrático, através de um referendo.
O impasse político na Ilha de Madagáscar continua com o auto-proclamado presidente interino do pais, Andry Rajoelina, a dizer aos seus apoiantes ter dado ordens as forcas de segurança para prenderem o presidente Marc Ravalomanana, para que ele possa tomar posse.

No domingo, Rajoelina, o antigo presidente da Câmara da capital malgaxe, de 34 anos de idade, pediu aos seus apoiantes para se reunirem hoje numa praça no centro de Antananarivo. Rajoelina disse que tinha um grande anúncio a fazer, uma grande decisão, que a ordem de prisão contra Ravalomanana foi por alta traição, tendo dado no sábado quatro horas para o presidente demitir-se.

O presidente Ravalomanana apareceu, depois, perante vários milhares de apoiantes seus no domingo e rejeitou o pedido de demissão. O presidente afirmou que iria continuar no poder até ao final do seu mandato e disse que "o processo democrático continua a ser fundamental".

Ravalomanana, em vez da demissão, ofereceu-se para realizar um referendo sobre a sua presidência, o que foi rapidamente rejeitado pelo seu rival. O mandato do presidente termina dentro de dois anos.

A União Africana reuniu, na segunda-feira, de emergência na Etiópia. O bloco tem marcado para o final deste ano a sua cimeira anual em Madagáscar.

O secretário-geral da União Francófona, o antigo presidente do Senegal, Abdou Diouf, enviou um representante especial a Madagáscar para mediar a confrontação política.

As Nações Unidas, que enviaram também um representante especial aquele pais insular africano, expressaram preocupação sobre a crise. Governos ocidentais indicaram que qualquer tomada de poder inconstitucional levaria a um corte da ajuda.

Membros das forças armadas malgaxes disseram que nunca mais aceitarão ordens do presidente Ravalomanana, porque se recusam a disparar contra o seu próprio povo.

Alguns oficiais do exército expressaram simpatia por Rajoelina, mas disseram que não vão interferir na crise. O chefe do exército disse, no domingo, que a sua principal prioridade e restaurar a ordem.

Líderes religiosos têm tentado mediar conversações, mas Rajoelina retirou-se das negociações na semana passada.

A confrontação começou há vários meses, quando o governo malgaxe encerrou uma estacão de rádio pertencente a Rajoelina, depois de ter acusado o presidente Ravalomanana de corrupção e autoritarismo.

Mais de 100 pessoas foram mortas na crise política, que tem prejudicado o turismo e o investimento estrangeiro em Madagáscar.

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