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Somália: União Africana Pede Fim ao Embargo de Armas


O mais importante órgão de segurança de África pediu às Nações Unidas na para levantar um embargo de armas ao governo da Somália para permitir equipar as forças defesa que enfrentam islâmicos radicais bem armados que controlam largas partes do país.

O Conselho de Paz e Segurança da União Africana (PSC) aprovou uma extensão de três meses da missão de manutenção de paz africana na Somália, conhecida por AMISOM. O embaixador do Benin junto da União Africana, Edouard Aho-Giele, que detém a presidência rotativa do PSC, afirmou que os três meses são necessários porque o Conselho de Segurança da ONU espera substituir a AMISOM em Junho com uma força de "capacetes azuis".

Um relatório do presidente da Comissão Africana, Jean Ping, ao PSC, descreve a segurança na Somália como "muito volátil". Ao pedir o fim do embargo de armas da ONU às forças governamentais, Ping sublinham que o grupo radical al-Shabab tinha reivindicado a responsabilidade pelo ataque bombista suicida que matou 11 soldados burundeses da AMISOM, no mês passado.

O relatório de seis páginas de Ping afirma que a al-Shabab, financiada pelo estrangeiro, tinha recusado os apelos para pôr fim às hostilidades, apesar de consideráveis pressões, e que tinha aumentado a sua campanha de propaganda nos media contra a AMISOM.

Apesar dos problemas de segurança, Ping deu conta do que chamou de "progressos significativos" no processo político na Somália desde que o presidente Sheikh Sharif foi empossado. Funcionários notaram que o governo somali está a funcionar em Mogadíscio, pela primeira vez, num mês e que existe uma calma relativa na capital, apesar do incidente bombista que matou um segurança esta semana.

O Parlamento está reunido em Mogadíscio, pela primeira vez desde que o governo de transição foi formado em 2004. No mês passado, uma equipa da ONU efectuou uma breve visita à capital da Somália para verificar a sua segurança. Um membro dessa equipa – o diplomata Charles Petrie – disse ser muito cedo para falar de optimismo. Mas, acrescentou que a mudança de dinâmica política criou oportunidades que não existiam há anos na Somália. Disse ele: "O que se tornou claro nas últimas semanas é que a situação de segurança estabilizou e isso em grande parte se deve ao governo que tem mantido contactos com diferentes grupos, mesmo aqueles que lhes são potencialmente hostis. Por isso, sentimos haver oportunidades que poderão ser conseguidas. Existe uma nova dinâmica política que cria oportunidades e que visa apoiá-las de forma a obter algo de positivo."

Entre os sinais esperançosos está um projecto de lei a ser enviado ao Parlamento, que cria um comité governamental para examinar como colocar a constituição do país em linha com a lei islâmica ou Sharia. Vários grupos rebeldes que controlam partes de Mogadíscio e regiões suburbanas indicaram que deporiam as armas se a Sharia fosse introduzida.

O al-Shabab rejeitou as aberturas de paz do presidente Sharif e prometeu continuar a luta armada. Mas, fontes diplomáticas em Adis Abeba disseram que o al-Shabab tem vindo a enfraquecer pela recente perda de fundos de países árabes na região e pela recente retirada das tropas etíopes da Somália cujos dois anos de ocupação em apoio ao anterior governo de transição ultrajou muitos somalis.

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