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Angolagate – Terminou Julgamento


A sentença do " AngolaGate" – o caso conhecido de tráfico e venda de armas a Angola nos anos 90 será conhecida a 27 de Outubro próximo, de acordo com a derradeira decisão do Tribunal Correccional de Paris.

Iniciado a 6 de Outubro, o processo terminou com as alegações finais da defesa de um dos principais réus, o negociante de armas franco-brasileiro Pierre Falcone, acusado de envolvimento com o israelo-russo Arkadi Gaydamak num negócio de armas avaliado em 790 milhões de dólares.

Entre outras personalidades acusadas, está Jean-Christophe Mitterrand, filho do antigo Presidente Mitterrand, o ex-ministro do Interior Charles Pasqua, ou o antigo governador civil Jean-Charles Marchiani, acusados de terem recebido comissões dos negócios, o que todos negam.

O Governo angolano tentou travar o processo logo no seu início em Setembro, mas não conseguiu.

Nenhum angolano foi julgado, mas vários responsáveis de Angola, incluindo o Presidente José Eduardo dos Santos, são citados no processo como tendo recebido elevadas comissões destes negócios de armas.

O jornal "Público", de Portugal, disse que em finais do ano passado que bancos portugueses teriam recebido as alegadas comissões de dirigentes angolanos que Segundo o jornal ascendem a 21 milhões de dólares.

A informação publicada pelo jornal foi baseada numa lista de transferências bancárias apresentadas no julgamento.

Um total de 54 milhões de dólares em transferências bancárias para destacada sentidas angolanas e associados foram feitas pelo negócio de armas durante um período de sete anos, indicam os documentos no julgamento. Doze milhoes de dólares teriam sido depositados em bancos portugueses.

Entre os alegados beneficiários, disse o jornal conta-se o presidente José Eduardo dos Santos que alegadamente recebeu cinco milhões de dólares enquanto outros 10 milhões foram depositados na conta do embaixador angolano em França na altura Elísio de Figueiredo. Outros recipientes teriam sido José Leitão, um destacado funcionário da presidência a sua mulher e esposa. Outros nomes alegadamente envolvidos são os generais Fernando Araújo, Salviano Sequeira e Carlos Alberto Hendrik Vaal Neto e Fernando Miala.

As últimas sessões do AngolaGate foram marcadas por acusações por parte do Ministério Público de pressões governamentais sobre o processo.

A defesa de Pierre Falcone, no julgamento do Angolagate tentou quarta-feira reabilitar a imagem do seu constituinte.

A defesa insistiu que desde o início do julgamento sempre disse que a autorização não era necessária, porque as armas não transitavam através de França e que a empresa responsável pela intermediação, ZTS , foi eslovaca.

Em qualquer caso, "o Estado sabia que o Sr. Falcone agia como agente do Estado angolano", afirma a defesa.

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