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Guiné-Conakri: Dirigentes No Tráfico de Drogas


Na Guiné Conacri, vários responsáveis políticos locais foram interrogados no campo militar Alpha Yaya, o quartel-general do Conselho Nacional Para a Democracia e Desenvolvimento, a junta militar que governa o país, isto na sequência de um alegado caso de tráfico de droga, que já resultou na detenção de vários antigos e actuais dirigentes políticos, para além de militares, do país.

De acordo com o secretário de estado guineense para a luta contra a droga, o capitão Moussa Tiegboro Câmara, os altos dignitários nacionais interrogados, confirmaram a passagem pela Guiné Conacri, entre 2006 a 2008, de várias avionetas com carregamentos de cocaínas, entretanto não especificados.

Entre os responsáveis governamentais implicados no processo, constam os nomes do antigo ministro da administração territorial, do oficial da policia, Mamadou Beau Keita, do ex chefe de estado dos Gendarmes, o general Jacques Toure e do falecido chefe de estado-maior das forças armadas guineenses, o general Kerfalla Camara.

O secretário de estado guineense para a luta contra a droga, o capitão Moussa Câmara citou ainda os nomes de Mamady Mansare e Sekou Mohamed Bangoura respectivamente oficial e antigo comandante da polícia nacional, de Victor Traore, este um antigo director do departamento de repressão dos delitos económicos.

Detido igualmente no quartel-general dos militares no poder, na Guiné Conacri, está o filho e o cunhado do falecido presidente Lansana Conte, respectivamente o capitão Ousmane Conte e Saturnin Bangoura.

Estes dois últimos admitiram perante as câmaras da televisão estatal guineense, o seu envolvimento com os cartéis da droga colombianos.

Saturnin Bangura da presidência da republica teria inclusive recebido pelo seu envolvimento no caso, um pouco mais de 30 mil dólares e uma viatura Land Cruiser, pelo seu desempenho numa operação em Boke e envolvendo uma quantidade de cocaína não especificada, proveniente da Guiné Bissau.

Já Ousmane Conte deixou claro em declarações a televisão estatal, a ideia de ser apenas a ponta do iceberg de um tráfico, que envolve ainda outras altas individualidades guineenses e regionais.

Ouçamos a propósito o jornalista Mamadu Djan Balde, do semanário “L’ Independence” de Conacri.

“Sabe, o Ousmane Conte, foi franco ao admitir o seu envolvimento com a rede da máfia da droga, mas, disse também que não é o único, nem o chefe. Mas de momento é difícil precisar algo mais neste aspecto. Penso que as investigações poderão clarificar os contornos deste caso, se os chefes dessa máfia da droga residem na Guine Conacri, ou nos países da região.”

Mamadou Djan Balde jornalista guineense não afasta entretanto a possibilidade do caso, ter ramificações nos países da região, incluindo a Guiné Bissau, país por sinal de proveniência da avioneta carregada de cocaína.

“Sim como sabe a sub-região, de uma forma geral tornou-se numa giratória da entrada na Europa da cocaína proveniente da América Latina… tanto que a Guiné Conacri, a Guiné Bissau, o Senegal, o Ghana, o Benim, Nigéria sem esquecer a Mauritânia, tornaram-se em pontos de passagem do tráfico de cocaína. E com a Guiné Conacri a iniciar a guerra contra as máfias das drogas, os traficantes vão tentar rotas alternativas através da Guiné Bissau, por exemplo. Penso que o exemplo da Guiné Conacri é um exemplo claro do quão urgente se tornou a necessidade de uma luta transfronteiriça, contra o tráfico da cocaína.”

Sabe-se por outro lado e ainda de acordo com a imprensa regional, que entre os detidos poderia ainda estar o comandante Cheick Tidiane Camara, este por sinal membro do Conselho Nacional Para a Democracia e Desenvolvimento, a junta militar que governa o país.

Nos círculos políticos guineenses, fala-se igualmente da alegada conivência de Henriette Conte, a viúva do antigo presidente Lansana Conte no tráfico de droga, com ramificações profundas nas estruturas castrenses daquele pais da África Ocidental.

Num programa de televisão da Guiné-Conackri, o capitão Mussá Dadis Camará, no poder no país desde a morte de Lansana Conté, que morreu em 22 de Dezembro de 2008 revelou que os implicados utilizavam a sala de honra do aeroporto de Conakry para passar a droga.

Segundo o líder da junta militar no poder naquele país, os filhos de altas patentes militares estavam envolvidos no tráfico de droga e vão ser levados à justiça.

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