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Amnistia Internacional acusa Camarões


A organização de defesa dos direitos humanos "Amnistia Internacional" afirmou que o governo dos Camarões está a recorrer a assassinatos e a torturas para reprimir os dissidentes políticos.

A "Amnistia Internacional" afirmou que o governo do presidente Paul Biya ordenou ou permitiu execuções extra-judiciais, prisões arbitrárias, tortura e detenções ilegais para reprimir a dissensão nos últimos 10 anos.

Num relatório hoje publicado aquela organização salienta que um dos principais exemplos da estratégia do governo para amordaçar os seus críticos foi o ataque no ano passado contra os manifestantes que protestavam contra os aumentos dos preços. Aponta também o facto de ter sido alterada a constituição de modo a permitir que Biya prolongasse os seus 26 anos no poder.

Godfrey Byaruhanga foi o redactor deste relatório e afirmou-nos nomeadamente: " As preocupações da Amnistia Internacional têm residido no facto de que as forças de segurança parecem recorrer à força letal incluindo granadas para atacar manifestantes não-violentos e desarmados".

Pelo menos 100 pessoas foram mortas nos incidentes violentos de Fevereiro passado. Contudo apesar dos protestos das organizações de defesa dos direitos humanos Byaruhanga afirma que a administração camerounesa nada fez para julgar os responsáveis: "nenhum dos elementos das forças de segurança que levaram a cabo estes assassinatos foi levado à justiça. Não houve qualquer tipo de investigação".

O relatório salienta ainda que a promoção e a protecção dos direitos humanos são fundamentais tendo em vista as eleições gerais nos Camarões em 2010. Byaruhanga conclui contudo que o governo nada está a fazer para proteger os direitos de reunião ou de expressão no país.

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