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Guiné-Bissau: “Aguentas” Desarmados


Na Guine Bissau, horas depois da VOA ter revelado ontem a intenção do estado maior das forcas armadas guineenses de desarmar a guarda presidencial de Nino Vieira, conhecida pela designação de " Aguentas", a desactivação daquele corpo de milícia que vinha protegendo o presidente guineense, era consumada pelas chefias militares do país.

De facto, a decisão do estado-maior das FAA guineenses, fora de facto assumida, ontem e na sequencia de uma reunião de emergência das chefias militares.
Cumprindo com as determinações do chefe de estado maior das FAA, o general Baptista Tagma Na Way, forças do exército, aparentemente reforçados por soldados da região militar do norte da Guine Bissau, procederam ontem nas instalações da presidência da república, ao desarmamento das milícias "Aguentas".

Conforme conseguiu apurar a Voz da América junto de fonte militar o processo de desarmamento daquela controversa milícia que vinha nos últimos tempos assegurando a protecção pessoal do presidente Nino Vieira, decorreu sem resistência .

O desarmamento dos "Aguentas" , conhecidos pela sua lealdade a Nino Vieira, foi entretanto conseguido no quadro de negociações supostamente mediadas pelo ministro da defesa guineense, Marciano Silva Barbeiro.

Contactado pela VOA, Silva Barbeiro manifestou-se indisponível a comentar, pelo menos por agora, o desfecho de mais este caso, que vinha gerando um certo mal estar no seio das estruturas castrenses, Bissau-guineenses.

Desconhece-se por outro lado, as contrapartidas concedidas tanto ao presidente da republica, Nino Vieira como ao ministro da administração interna, Cipriano Cassama, por sinal as duas figuras políticas directamente ligadas à controversa mobilização e rearmamento dos "Aguentas".

Recorde-se que a decisão de rearmar aquela milícia da segurança presidencial fora assumida no passado domingo e em conferencia de imprensa pelo ministro da administração interna, Cipriano Cassama, que admitiu que tinha decidido reforçar a segurança do Presidente" 'Nino' Vieira com novos elementos, neste caso os 'Aguentas' uma vez que "o Presidente estava sem a segurança de que necessita", isto desde o ataque de fora alvo, a 23 de Novembro do ano passado.

Essa decisão teria sido alegadamente assumida à revelia das chefias militares e confirmada hoje em comunicado pelo estado maior das forcas militares.

No comunicado, a chefia militar guineense sublinha o facto dos Aguentas, milícias que apoiaram o presidente João Bernardo Nino Vieira na guerra civil de 1998/99 contra a então Junta Militar, terem sido recrutados à margem dos procedimentos legais pelo que e citamos "não são militares e nem paramilitares e consequentemente não são consignados a qualquer estrutura do Estado".

Com base nesse pressuposto legal, o estado-maior das FAA determinava por conseguinte o desarmamento dos 400 homens consignados ao batalhão da presidência da república.

No comunicado a que temos estado a fazer referencia, Cipriano Cassama, o titular da pasta da administração interna do governo cessante e igualmente responsabilizado pelas chefias militares, pelas e citamos consequências que poderão advir da nomeação dos elementos da milícia para a guarda presidencial.

Analistas contactados em Bissau pela VOA, foram praticamente unânimes em reconhecer que ao fazer valer a sua autoridade legal e determinação no desarmamento daquela força afecta e leal a Nino Vieira, o chefe de estado maior das FAA viu assim reforçada a sua liderança e carisma a nível dos militares do pais.







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