Vários recursos foram interpostos nos tribunais em Harare para a libertação dos 17 activistas dos direitos humanos, inicialmente sequestrados e detidos pelos serviços de segurança e mantidos ate hoje em prisão, apesar da decisão do supremo tribunal exigindo a libertação dessas pessoas.
Advogados dos direitos humanos acreditam que mais pessoas estejam ilegalmente detidas e em locais desconhecidos, principalmente os membros do partido Movimento para a Mudança Democrática - MDC.
Um pequeno grupo de advogados dos direitos humanos no Zimbabwe está a preencher varias petições para o Supremo Tribunal de Justiça com vista a assegurar a libertação dos seus constituintes sequestrados por agentes de segurança do estado nas últimas semanas.
O director dos advogados para os direitos humanos do Zimbabwe Irene Petras disse que 17 pessoas foram acusadas pela polícia com base em alegações forjadas de que estariam a preparar complôs contra o presidente Robert Mugabe.
Ninguém foi no entanto acusado e sentenciado em tribunal pelas mesmas acusações. Na véspera do Natal o Tribunal Supremo de Harare ordenou que 9 dos detidos fossem hospitalizados, e os restantes 8 libertados.
A decisão não foi cumprida pelo serviço de segurança e as 17 pessoas, incluindo uma criança de dois anos cujos pais estão entre os detidos, têm sido mantidos em prisão e em parte desconhecida. A advogada Irene Petras diz que o colectivo de advogados acredita que os detidos encontram-se presos em Harare.
A advogada Beatrice Mtetwa requereu ao Supremo Tribunal pedindo a instituição que impeça a condenação por crime de terrorismo da activista dos direitos humanos Jestina Mukoko, com tem vindo a ser acusada pelos serviços de segurança.
O requerimento pede igualmente para que sejam investigados e acusados aqueles que sequestraram Mukoko em sua casa no dia 3 de Dezembro.
Os advogados dos direitos humanos remeteram também ao tribunal uma queixa contra a polícia por ter desrespeitado a ordem do Supremo Tribunal de libertar no dia do Natal, os 17 elementos ainda em detenção.
A directora dos direitos humanos Irene Petras disse que alguns dos detidos tem recebido visitas de familiares e outros ainda recebem alimentos que lhes são enviados pelos familiares.
Enquanto isso a situação no Zimbabwe continuam a deteriorar-se.
A Cruz Vermelha anunciou hoje ter enviado sete equipas de emergência para combater a cólera. A missão é apoiar um milhão e meio de Zimbabueanos dos quais 1.600 já morreram desde a erupção da cólera em Agosto.