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Bush em Viagem Surpresa ao Afeganistão


O presidente George Bush fez uma visita surpresa ao Afeganistão onde admitiu haver ainda um duro combate contra o regime Taliban.

O presidente americano disse que a estabilização do Afeganistão vai levar ainda muito tempo.

A visita de Bush ao Afeganistão é considerada a sua última passagem pela zona de guerra, dando ênfase aos temas da política externa que tinha defendido durante a sua presidência.

Bush disse que levar a democracia ao Afeganistão, instruir a sociedade civil, construir clínicas e escolas são as chaves da derrota do extremismo Taliban. Afirmou ser ainda de interesse do país a criação de uma florescente democracia como alternativa à ideologia do ódio.

Mas as ideias do presidente americano encontraram oposição durante uma conferência de imprensa com o seu homólogo Hamid Karzai, quando um jornalista afegão lhe disse que durante os sete anos de guerra a segurança piorou e que os Estados Unidos falharam na sua promessa de liberar o povo afegão.

O presidente Bush não concordou afirmando que "o regime Taliban brutalizava o povo afegão".

"Eles já não estão no poder," disse o presidente para quem "o progresso é inegável".

Bush acrescentou "haver mais trabalho a fazer" mas frisou nunca ter afirmado que "os Talibans foram eliminados" mas sim que "foram afastados do poder".

Este ano é já o mais mortífero para as forcas internacionais e civis afegãos, com os combatentes Talibans espalhados por todo o país e em zonas de conflitos próximas da capital.

Existe agora um consenso entre os líderes políticos afegãos, incluindo o presidente Karzai, para conversações de paz com facções Talibans que concordam em reconhecer a nova constituição política do país. Os comandos militares americanos e da NATO recomendaram a abertura de contactos para a reconciliação com os insurrectos. Os líderes Talibans incluindo Mullah Omar rejeitaram as propostas.

O presidente Bush disse que os Estados Unidos mantêm o compromisso de derrotar os Talibans e espera que o presidente eleito Barack Obama envie mais tropas de apoio no próximo ano.

Mas o presidente Bush reconheceu também que levar a paz ao Afeganistão deve igualmente envolver o Paquistão.

"É preciso ter em conta uma ampla estratégia de ajudar o governo paquistanês a lidar com os que fornecem armas aos seus cidadãos e também aos afegãos," disse o presidente para quem deve haver "uma estratégia de colaboração – trabalhar juntos numa base construtiva".

"Estamos a fazer progressos nesse âmbito" acrescentou.

Lideres políticos tanto afegãos como paquistaneses dizem que as ofensivas militares americanas estão a minar o apoio da população à guerra. No Paquistão os responsáveis têm denunciado aviões não tripulados americanos que lançam mísseis contra militantes. No Afeganistão, os ataques aéreos contra os rebeldes Talibans têm provocado algumas mortes entre mulheres e crianças.

Mas o presidente Hamid Karzai diz que o apoio popular às tropas internacionais é ainda forte.

"O Afeganistão não permitirá que a comunidade internacional o abandone antes de estarmos completamente seguros" disse Karzai.

O governo afegão tem vindo a ser alvo de denúncias de corrupção de responsáveis e políticos da oposição americana.

O presidente Karzai disse que os afegãos não pretendem ser mendigos para sempre da comunidade internacional a quem agradecem pelo sangue e dinheiro que tem vindo a sacrificar pelo Afeganistão.

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