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Nigéria : Residentes de Jos Ainda Apreensivos


O recolher obrigatório imposto na cidade nigeriana de Jos, após confrontos entre cristãos e muçulmanos, deve ser abrandado à medida que a paz regressa a localidade.

Milhares de soldados e de policias continuam a patrulhar as ruas de Jos bem como de outras cidades importantes da Nigéria.

O exercito nigeriano reconhece que alguns residentes de Jos possam estar ainda apreensivos, tendo o porta voz o general Emeka afirmado à Voz da América que o exercito controla totalmente a situação.

'Falei com o comandante da terceira divisão, que está aquartelada em Jos, há cerca de dez minutos atrás. Ele disse-me que durante a noite passada não se registou qualquer incidente e que as pessoas começam a ter confiança e a saírem à rua e voltar à sua vida. Ainda persiste um pouco de apreensão, mas não existe necessidade disso por que os militares controlam a situação.'

A segurança foi reforçada nas principais cidades da Nigéria, particularmente no norte e o sudeste, por receios de que a violência possa alastrar.

No passado, a devolução dos corpos das vitimas tem desencadeado actos de represália noutras zonas da Nigéria.

Fontes policiais adiantam que os confrontos foram desencadeados, na passada sexta feira, por um boato de que o partido muçulmano tinha perdido o sufrágio local para o Partido Democrático.

Os cento e quarenta milhões de nigerianos encontram-se divididos entre muçulmanos e cristãos com as duas comunidades a viverem geralmente em paz.

Os confrontos têm por base décadas de rivalidade entre a maioria cristã ou grupos animistas locais e a população de língua Hausa do norte muçulmano.

Apesar de serem cidadãos nigerianos, os Hausa têm direitos limitados tanto políticos como económicos onde residem, conduzindo a tensões permanentes.

O professor de sociologia da Universidade Jos, Victor Dugga, considera que a dicotomia poderá ser um passo importante na reconciliação das comunidades.

'As questões da cidadania ou de nativo encontram-se na constituição de 1999, penso que deveriam ser clarificadas, sendo preferível a residência.'

Os recentes de actos de violência foram os piores na Nigéria desde 2004, quando cerca de 700 pessoas morreram no estado do Planalto, no decurso de confrontos entre cristãos e muçulmanos.

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