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Obama: O processo de Transição


O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, começou a formar a sua administração que irá ter pela frente, a partir da sua tomada de posse no dia 20 de Janeiro, grandes desafios domésticos e internacionais para resolver.

No seu discurso de vitória, em Chicago, na noite de terça-feira, Barack Obama delineou alguns dos desafios que os Estados Unidos enfrentam. Entre eles as guerras no Iraque e no Afeganistão, assuntos ambientais e uma crise económica.

Obama previu revezes e partidas em falso, mas disse estar confiante em que os problemas serão enfrentados.

“Existe uma nova energia para trabalhar, novos postos de trabalho para serem criados, novas escolas para construir, alianças para reparar. A caminhada será longa. A subida será íngreme. Poderemos não conseguir chegar lá num ano ou mesmo num mandato. Mas a América, e nunca tive mais esperanças do que esta noite, de que vamos conseguir.”

Sondagens à boca das urnas no dia das eleições indicaram que mais de seis americanos em 10 consideram a crise da economia como o mais importante assunto que o país enfrenta. Um em cada 10 votantes citou outras preocupações, tais como a guerra no Iraque, cuidados de saúde e terrorismo.

O senador Obama tem apenas dois meses e meio para preparar-se para a sua transição, e existem especulações sobre a composição da sua administração. Algumas pessoas interrogam-se se os seus conselheiros da campanha eleitoral poderão ter um papel formal, talvez no cargo chave como é o de secretario do Tesouro.

Existem especulações de que aquele importante cargo poderá vir a ser desempenhado por Paul Volcker, que foi presidente do Banco da Reserva Federal no tempo do presidente Reagan, ou por Robert Rubin, antigo secretário do Tesouro do presidente Clinton. Outras pessoas interrogam-se se poderá haver um papel para um outro apoiante de Obama, o investidor multimilionário Wareen Buffett.

Barack Obama começou a formar o seu gabinete da Casa Branca. Há noticias que apontam para que tenha oferecido o lugar de chefe de gabinete da Casa Branca ao congressista Rahm Emanuel, um destacado conselheiro do antigo presidente Clinton.

O presidente Obama vai ter um Congresso dominado pelo seu partido quando tomar posse no próximo dia 20 de Janeiro. Será a primeira vez desde os primeiros anos da presidência Clinton que os democratas vão ter uma maioria de lugares na Câmara dos Representantes e no Senado. No entanto, os congressistas democratas vão precisar da cooperação dos seus colegas republicanos, especialmente no Senado, onde os democratas não conseguiram obter 60 lugares que lhes permitiria estarem protegidos de bloqueios processuais conhecidos pela palavra inglesa filibusters. Alguns democratas recém-eleitos de estados conservadores, tais como a Virgínia e a Carolina do Norte, poderão também abraçar uma agenda moderada.

Em Washington, a líder democrata da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, apelou ao presidente Obama para governar ao centro.

“Com a crise económica actual, a nossa prioridade deve ser muito clara sobre o que precisamos de fazer. Cada lado do espectro político poderá esperar influenciar uma decisão. Mas o facto é que um novo presidente, do meu ponto de vista, deverá levar o país para o centro para resolver os problemas, para ganhar a confiança, para levar-nos mais firmemente para uma nova direcção.”

Analistas creditam a vitória de Barack Obama a uma campanha eleitoral altamente efectiva, a uma capacidade extraordinária de recolher fundos e a uma mensagem que ressoou nos votantes e que ultrapassou linhas demográficas.

O presidente do Comité Nacional Democrático, Howard Dean, disse que a mensagem eleitoral foi clara.

“Os americanos deram a todos – democratas, republicanos e independentes – um simples mandato para trabalharem juntos para encontrar grandes soluções para os grandes desafios que o país enfrenta,” disse Dean.

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