O Conselho de Segurança da ONU exigiu que o general rebelde congolês Laurent Nkunda pare imediatamente a sua ofensiva no leste da Republica Democrática do Congo e implemente um cessar-fogo. O Conselho esteve reunido de emergência ao fim de quarta-feira. Ali o chefe da missão de manutenção da paz no Congo repetiu o seu apelo para um reforço de efectivos.
Os 15 membros do Conselho de Segurança condenaram unanimemente a ofensiva de Laurente Nkunda que fez deslocar dezenas de milhar de pessoas nos últimos dias e exigiu que ponha fim às suas operações.
No comunicado emitido no final da reunião pode-se ler: “O Conselho saúda o anúncio de Laurent Nkunda de um cessar-fogo imediato e espera que Laurent Nkunda garanta a sua implementação efectiva e duradoura.”
Enquanto isso milhares de pessoas fugiam da cidade de Goma para escapar à violência. Ao final do dia de ontem, quarta-feira, o comandante rebelde anunciou um cessar-fogo, afirmando que se destina a evitar o pânico na cidade.
O Conselho de Segurança advertiu que qualquer ataque contra civis, incluindo grandes centros populacionais, é totalmente inaceitável e apelou às autoridades tanto da República Democrática do Congo como do vizinho Ruanda a tomar passos concretos para diluir as tensões e restaurar a estabilidade na região. O Conselho expressou também preocupações sobre notícias de disparos de armas pesadas através da fronteira entre o Congo e o Ruanda.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, expressou também o seu alarme pela escalada da violência na província do Kivu do Norte, afirmando que está a criar “uma crise humanitária de dimensões catastróficas e ameaça terríveis consequências numa escala regional”.
O Conselho de Segurança está também a considerar um pedido das Nações Unidas para enviar para a Republica Democrática do Congo mais dois mil soldados e polícias para reforçarem a missão de manutenção da paz no país, conhecida pela sigla francesa MONUC. Os “capacetes azuis” têm apoiado as forças governamentais congolesas a conter os rebeldes.
Le Roy, o chefe da MONUC, informou haver apenas 800 “capacetes azuis” na cidade de Goma e que a MONUC vai enviar nos próximos dias, para aquela cidade, alguns dos 17 mil “capacetes azuis” que se encontram estacionados noutras partes do país.
“Vamos tentar aumentar a nossa presença em Goma mas, ao mesmo tempo, consideramos que é importante permanecermos no Kivu do Norte, no Kivu do Sul e noutras partes do país. É por isso que pedimos reforços. Mas nos próximos dias vamos tentar enviar mais tropas para Goma para proteger os civis na cidade.”
Le Roy disse que poderá levar semanas ou meses para reforços de “capacetes azuis” chegarem à Republica Democrática do Congo.
O general rebelde Laurent Nkunda afirma estar a proteger o grupo étnico minoritário tutsi no leste do Congo Democrático de ataques da FDLR, um grupo rebelde hutus-ruandeses. Muitos membros deste grupo rebelde participaram no genocídio de 1994 no Ruanda. Segundo Nkunda o grupo tem recebido apoio dos militares congoleses. As autoridades congolesas têm acusado o vizinho Ruanda de apoiar Nkunda.