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Washington Considera  Novas Sanções a Harare


Os Estados Unidos advertem estar preparados para impôr sanções adicionais ao governo do presidente Robert Mugabe, caso o líder do Zimbabué rejeite o acordo de partilha do poder com a oposição.

O aviso americano reflecte no fundo a crescente onda de frustração reinante aqui, em Washington, relativamente ao andamento das negociações sobre a partilha do poder no Zimbabué, que em pouco ou nada tem avançado, em certos casos regredindo inclusive, isto desde que o acordo inicial foi alcançado e assinado.

À luz do acordo alcançado a 15 de Setembro último, o presidente Robert Mugabe comprometera-se a partilhar o poder com o líder da oposição Morgan Tsangirai, que assim se tornaria no primeiro-ministro do país.

Entretanto, a implementação do acordo em questão, tem experimentado um certo impasse, particularmente na definição das pastas ministeriais a serem atribuídas às partes, com a ZANU-PF de Robert Mugabe a reivindicar o controlo da pasta da defesa e da ordem pública, para alem dos negócios estrangeiros.

O Movimento para a Mudança Democrática, de Morgan Tsvangirai ameaçou inclusive denunciar o acordo.

Mas numa conferência de imprensa em Washington, o porta-voz do departamento de estado, Robert Wood disse que os Estados Unidos estão a tentar encorajar que a sua implementação o acordo, reflicta o texto final do acordo alcançado em Setembro último e os resultados das eleições legislativas, estas ganhas pelo Movimento para a Mudança Democrática, que por sinal controla o parlamento.

Wood não foi muito mais além, mas admitiu a possibilidade dos Estados Unidos virem a adoptar novas sanções, caso o presidente Robert Mugabe renegue o acordo de partilha de poder.

“Não tenho aqui a liberdade de falar sobre o tipo de sanções previsto. Vamos apenas dizer que estamos engajados para que esse processo avance, de uma forma positiva que reflicta a vontade do povo zimbabueiano. Nó, acrescentou o porta-voz americano, estamos obviamente a observar de perto o processo e a encorajar ambas as partes a tornarem, frutífera, o acordo. Mais uma vez., se Mugabe não se envolver nas negociações do acordo de partilha do poder, de uma forma seria, então teremos que considerar outras opções, incluindo sanções adicionais.

Aquele porta-voz do departamento de estado sublinhou ainda que o povo zimbabueiano sofre desde há muito, no seu próprio país, devido à situação política. Por conseguinte para Robert Wood, é chegado o momento desse sofrimento ter um fim.

Os Estados Unidos e a União Europeia impuseram no passado sanções, nomeadamente a interdição a viagens de membros da ZANU-PF e associados do presidente Mugabe e restrições financeiras contra o próprio presidente Mugabe e seus familiares bem como colaboradores mais próximos e altos responsáveis governamentais de Harare, pelo passado comum em termos de violação dos direitos humanos.

Aquele responsável da administração americana que falava aos jornalistas reiterou o facto do alvo das sanções serem pessoas associadas ao regime.

De realçar ainda a propósito do Zimbabué, que a secretária de estado americana, Condoleeza Rice planeia debater hoje a situação daquele país da África Austral, no âmbito de um encontro que manterá logo mais , com o novo líder do Congresso Nacional Africano (ANC), Jacob Zuma, que se encontra de visita a Washington.

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