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Crise Financeira Mundial: Africa Escapa?


A crise financeira mundial não afectou dramaticamente a maioria dos países africanos. Mas economistas africanos dizem que o continente poderá ter repercussões consideráveis quando diminuírem os empréstimos e os investimentos do mundo industrializado.

Economistas africanos notam que as instituições financeiras africanas têm sido poupadas ate agora do colapso dos mercados financeiros.

O chefe da Pan-African Capital Holdings, em Joanesburgo, Wiseman Nkuhlu, diz que isso se deve ao facto dos bancos africanos não estarem envolvidos em empréstimos de alto risco, tal como se tem visto nos Estados Unidos e na Europa.

"Os mercados financeiros dos países africanos não são tão sofisticados como os mercados nos Estados Unidos e na Europa, especialmente no que se refere aos empréstimos imobiliários que estão por detrás da crise."

O falhanço dos empréstimos para compra de casas, devido às altas taxas de juro fizeram desencadear a crise. Turbulência Económica Mundial

Esses empréstimos não são comuns na maioria dos países africanos. Mas Nkuhlu disse que a turbulência que causaram poderá afectar o índice de crescimento económico de África de cinco por cento ou mais em muitos países.

"Esta crise é muito preocupante porque pode resultar num aumento na relutância de risco da parte de bancos e diminuição do fluxo de investimentos para a região. Os fluxos que têm sido responsáveis pelos elevados níveis de crescimento poderão decair se a crise continuar."

Alguns peritos afirmam que a crise financeira mundial poderá adiar projectos em larga escala na agricultura e infra-estruturas em países africanos e poderá mesmo ameaçar programas sociais para melhorar a saúde, educação e o saneamento básico.

Mas o economista sul-africano Nkuhlu está optimista de que os países desenvolvidos irão continuar empenhados em melhorar a qualidade de vida em África.

"Os empenhamentos e o relacionamento entre o mundo desenvolvido e a África em particular tem amadurecido, alcançando um ponto onde as obrigações serão cumpridas apesar das difíceis circunstancias, possivelmente a níveis ligeiramente reduzidos."

Por sua vez, o presidente do Senegal, Abdoulaye Wade, é de opinião que a crise financeira mundial tem um significado mínimo para o africano médio.

"Quem se importa se os burgueses não podem mais viajar ou viver em conforto. A maior ameaça para a maioria dos africanos é a fome", disse o Chefe de Estado senegalês, acrescentando que o montante de investimento necessário para alimentar as pessoas e criar empregos em África é uma fracção do dinheiro que está ser gasto na crise financeira mundial.

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