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Novo presidente, (re)nova(da) ameaça militar


O novo presidente dos Estados Unidos deverá tomar posse em 20 de Janeiro do próximo ano.

Mas apesar de ainda faltar alguns meses para que haja novo presidente em Washington, o comandante em chefe do Estado-maior das Forças Armadas norte-americanas, almirante Michael Mullen, adverte que a transição para o novo governo será um período difícil, militarmente, marcado por crescentes ameaças.

Em declarações feitas ontem em Los Angeles, o almirante disse que a mais grave ameaça vem da região da fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão, onde o nível de violência tem aumentado.

No início do mês, o almirante Mullen prestou depoimento perante uma comissão do Congresso e afirmou não estar certo que as forças da coligação estejam actualmente a vencer no Afeganistão. Mas acrescentou que elas serão capazes de o conseguir.

Ontem, num evento público em Los Angeles, o comandante norte-americano repetiu o comentário, e mais tarde declarou aos jornalistas que os Estados Unidos precisam concentrar a sua atenção na região da fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão.

“É ali que se encontra a Al Quaeda. Os seus dirigentes estão ali. Sabemos isso. E sabemos que eles continuam a fazer planos contra o Ocidente, incluindo o nosso território,” afirma o almirante Mullen.

O Paquistão tem criticado uma série de supostos ataques terrestres ou com mísseis disparados pelos Estados Unidos contra alvos no Paquistão.

Fontes do Pentágono negam notícias da imprensa segundo as quais neste domingo soldados paquistaneses teriam disparado contra helicópteros de combate americanos que atacavam uma base de militantes, em violação do espaço aéreo do Paquistão. O almirante Mullen assegurou não ter recebido qualquer informação sobre uma tal operação.

Em declarações ontem em Washington, o ministro da defesa do Afeganistão anunciou que seu país propôs a criação de uma forca conjunta da coligação, incluindo soldados afegões e paquistaneses, que ficaria encarregada de operar em ambos os lados da fronteira. O almirante acrescentou não ter conhecimento dos detalhes da proposta, mas mostrou-se encorajado pelo facto de um dirigente afegão ter oferecido a ideia como um meio de aumentar a segurança na área fronteiriça.

Mullen disse que a estratégia da coligação na região tem de ser tanto de índole económica quanto militar. Dela deve constar inclusivé a erradicação do cultivo da papoila, que serve para alimentar o comércio de heroína e que propicia a expansão da insurreição.

“Os lucros provenientes das papoilas estão a financiar a luta. E isso significa que estão a ser mortos americanos e parceiros da coligação, bem como soldados e civis afegões”.

O almirante declarou também que o Irão deverá ser objecto prioritário do novo governo dos Estados Unidos. Segundo ele, Teerão tem esperanças de aumentar sua influência para além do Médio Oriente, e está a cooperar com os talibãs, que antigamente eram os seus piores inimigos, contra as forças da coligação no Afeganistão.

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