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A Votação Foi Ordeira


Muitos dos 400 mil eleitores inscritos da Suazilândia afluíram às urnas no principio da manhã de hoje, sexta-feira. A chefe da missão de observadores do Parlamento Pan-Africano, Mary Mugyenyi, disse que a votação foi ordeira:

’Os responsáveis da eleição estão a conduzir o evento duma forma muito organizada. As pessoas alinham-se em filas duma forma ordeira, parecendo estarem a votar livremente para o candidato da sua escolha.’

Os candidatos concorrem para 55 lugares no novo parlamento, enquanto, por seu turno, o Rei Mswati III tem o direito de designar os restantes 10 membros do Parlamento, o próximo Primeiro Ministro e o seu gabinete.

A Suazilândia é uma das poucas monarquias absolutas restantes. Embora a constituição aprovada ha dois anos autorize actividades políticas, os partidos políticos, como tais, foram ilegalizados há 35 anos, sendo por essa razão que os candidatos concorrem na sua qualidade de independentes.

Na véspera da votação, a policia bloqueara manifestações de protestos, organizadas pelos sindicatos laborais e políticos da oposição que tentaram reunir-se em localidades junto à fronteira. Muitos lideres foram detidos.

Vincent Dlamini, um dos dirigentes do ilegalizado Movimento Democrático do Povo Unido, PUDEMO, disse que os seus aderentes protestavam contra o que chamou de um sistema antidemocrático, estabelecido por decreto real:

’Exigimos que as eleições sejam realizadas num sistema democrático multipartidario...o sistema actual foi estabelecido depois da ilegalização dos partidos políticos em 1973.’

Mary Mugenyi afirmou, por outro lado, que a Suazilândia não respeita um importante principio para eleições livres e justas, proibindo a existência dos partidos políticos. Mas sublinhou ela que o sistema foi aprovado depois de consultas constitucionais do povo:

’a maior parte da população e cidadãos comuns identificam partidos políticos com a violência, havendo uma opinião generalizada segundo a qual os partidos políticos iriam dividir o povo suázi.’

Mas o líder da oposição afirma que 70 por cento da população da Suazilândia vive nas zonas rurais onde é controlada pelos chefes das suas aldeias, leal à monarquia:

’Os chefes governam as aldeias nas zonas rurais em vez do monarca, manifestando tendências absolutistas que intimidam o povo. Os chefes habitualmente expulsam das suas áreas as pessoas que não se conformam com os seus ditados e o governo do regime...

Apoiantes da monarquia afirmam que o sistema serve para proteger as tradições suázis, evitando confrontações violentas que afectam os outros países da região.

Mas analistas observam que o descontentamento dos populares se intensifica em vista de uma monarquia dispendiosa que muitos cidadãos afirmam não resolve os problemas fundamentais do povo, tais como a alta dos preços da alimentação e de combustíveis, o desemprego que atinge a escala dos 40 por cento, assim como a incidência do HIV-SIDA, uma das mais altas do mundo.

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