A Organização Mundial de Saúde, OMS, calcula que cerca de 250 mil casos da malária ocorrem todos os anos, além dos mais de um milhão de casos mortais devido a esta doença, a maior parte das quais, crianças de tenra idade, em África.
O Director do Fundo das Nações Unidas Para a Saúde das Crianças, Peter Salama, diz que, em geral, se tem alcançado progresso em reduzir as mortes infantis, e que desde 1990 o número das crianças com menos de cinco anos vítimas de doenças preveníveis, tais como a malária, baixou em 27 por cento.
”Embora se tenham registado 3,5 milhões de mortes infantis....a tendência geral é certamente positiva...apesar desta cifra ser ainda inaceitável...a malária foi a causa principal destas mortes, um-décimo das quais de crianças de menos de cinco anos a nível global, e um-quinto apenas na África Sub-Sahariana. Na realidade, ainda morrem crianças todos os 30 segundos, vítimas da malária.”
No entanto, o relatório da OMS mostra que o progresso no controlo da malária acelerou consideravelmente desde 2006, em grande parte devido aos recentes aumentos orçamentais nos programas de luta contra a doença .
No ano passado, foram angariados 1,1 bilião de dólares de apoio aos referidos programas. A OMS espera elevar a soma para 2 mil milhões de dólares até ao fim do ano.
A directora-geral da OMS, Margaret Chan, classifica o empenho da comunidade internacional por esta causa como uma reviravolta surpreendente no combate à malária.
Chan disse que a verba foi aplicada na aquisição de redes mosquiteiras impregnadas com insecticida, que se mostram eficazes por um período de três anos. Afirmou que as referidas redes mosquiteiras se encontram à venda a preços acessíveis também nos países mais pobres do mundo, contrariamente aos medicamentos anti-malária ou terapias combinadas, que são mais dispendiosas.
A responsável da OMS acrescentou que o aumento do fluxo financeiro está a ser canalizado, também, para a investigação por forma a obterem-se melhores formas de controlo da doença, entre as quais, uma vacina.
”Isto é o que posso chamar de uma corrida em biliões de dólares para uma doença milenária. O relatório demonstra progresso em que se tem por pano de fundo revezes incontáveis, resultado lento e penoso. Como indica o relatório, frizou Chan, o declínio em 50 por cento ou mais de casos de infecção ou mortes foi alcançado em alguns países africanos através de várias formas de intervenção em diferentes camadas das populações.”
Entre os referidos países contam-se a Eritréia, Ruanda e São Tomé e Príncipe. O relatório refere ainda que o número das crianças que beneficiaram das redes mosquiteiras aumentou substancialmente entre 2001 e 2006.
Apesar destes ganhos, para a OMS há muito trabalho a fazer, sublinhando que em África apenas cerca de 125 milhões de pessoas beneficiaram da protecção que conferem as redes mosquiteiras, pois 650 milhões doutras ainda correm o risco da infecção.