A ministra dos Estrangeiros
de Israel, Tzipi Livni, obteve a vitoria, por escassa margem, na primaria do
partido centrista Kadima, colocando-a em posição para se tornar na primeira
mulher primeiro ministro, em mais de trinta anos.
Livni irá substituir Ehud
Olmert, que decidiu demitir-se de funções por estar a ser objecto de
investigação judicial por corrupção.
A eleição de Livni coloca a
possibilidade naqueles que acreditam na sua determinação de prosseguir as
negociações de paz como a ultima eventualidade para um acordo com os
Palestinianos.
Antiga operacional dos
serviços secretos, advogada de profissão e mãe de dois rapazes, é a principal
negociadora israelita da actual ronda de conversações de paz promovidas pelos
Estados Unidos.
Considerada uma moderada,
obteve o apoio daqueles que no Kadima desejam um acordo negociado, e ao mesmo
obteve apoio de alguns na direita por sustentar que não hesitará usar da força
militar, se tal for necessário.
As conversações têm estado
num impasse em questões antigas incluindo o estatuto de Jerusalém, a
reivindicação dos Palestinianos ao direito ao regresso aos territórios ocupados
por Israel, e ainda a situação dos colonatos judaicos.
Os analistas sustentam que a
capacidade de Israel para negociar tem sido prejudicada pela convulsão política
interna.
No discurso de aceitação,
Livni indicou que não tenciona desperdiçar tempo em formar um novo governo,
acentuando que a missão é a de criar estabilidade no governo para poder
confrontar ameaças à segurança, para tirar vantagem das oportunidades para a
paz e para fazer frente à instabilidade económica.
O partido centrista Kadima
deve trabalhar no sentido de recuperar a confiança dos eleitores israelitas,
que tem sido prejudicada pelas alegações de corrupção contra Olmert, ausência
de progressos nas conversações de paz entre outros temas.
Alguns Palestinianos receberam com agrado como Mahdi Hadi, o
presidente da Sociedade Académica Palestiniana para o Estudo de Assuntos
Internacionais.
Mahdi Hadi afirmou a Voz da
América que a experiência de Livni em lidar com os Árabes é tida por alguns
Palestinianos como um sinal de esperança no processo de paz.
‘Encontra-se muito ciente dos
detalhes de toda a problemática, o que constitui um capitulo novo nos
dirigentes israelitas. Tem sido bem recebida na zona do Golfo tendo sido
reconhecida como uma nova cara, uma nova dirigente, uma nova imagem de Israel
na região.’
Os analistas sustentam que
galvanizar o apoio entre os Israelitas não será tarefa fácil para Livni, que
devera obter um equilíbrio entre a melhoria do relacionamento com os Árabes, e
manter, internamente, o agrado da ala direita.
Ao fim do dia de ontem, os
resultados apresentavam-na a obter uma vitoria folgada, mas no final foram
apenas de umas escassas centenas de votos, algo que os analistas consideram
indicar que o Kadima deverá enfrentar um forte desafio, se tiver de defrontar –
nos próximos meses - o cada vez mais popular partido de direita Likud, chefiado
pelo antigo primeiro ministro, Netanyahu.
Livni tem apenas algumas
semanas para formar uma coligação governamental ou Israel será forçado a
eleições gerais antecipadas.