Um deputado
sul-coreano disse que os serviços secretos da Coreia do Sul informaram que o
líder norte-coreano Kim Jong Il está a recuperar de uma trombose. Funcionários
norte-coreanos afirmaram que Kim Jong Il está bem e rejeitaram a proliferação
de noticias sobre o seu estado de saúde.
O deputado
sul-coreano Won Hye-young disse hoje a jornalistas que os serviços secretos do
pais julgam que Kim Jong Il sofreu um acidente vascular cerebral, mas que
poderá vir a recuperar.
O deputado
participou numa sessão parlamentar a porta fechada onde funcionários dos
serviços secretos sul-coreanos disseram que Kim Jong Il se encontra paralisado,
mas permanece consciente. Isto contradiz abertamente as declarações
norte-coreanas sobre o seu estado de saúde.
A agencia
noticiosa japonesa Kyodo citou Kim Yong-nam, a figura política numero dois da
Coreia do Norte como tendo dito que "nada esta mal" com Kim Jong Il. Um alto
diplomata norte-coreano rejeitou noticias recentes sobre o seu estado de saúde
classificando-as como "destituídas de fundamento" e parte de uma "teoria de
conspiração".
Kim Jong Il, de
66 anos de idade, detêm o poder absoluto no governo autoritário da Coreia do
Norte. Crê-se que tenha alguns problemas de saúde, incluindo diabetes. Contudo,
rumores de uma doença mais grave vieram à superfície na terça-feira, quando não
compareceu a uma parada militar para assinalar o sexagésimo - aniversário da
fundação da Coreia do Norte, após semanas sem ter sido visto em publico.
O ministro
sul-coreano para a Unificação, Kim Ha-joong, afirmou numa audiência parlamentar
que o governo está em "alerta máximo". Um porta-voz do presidente da Coreia do
Sul, Lee Myung-bak, disse que ele tem estado reunido com altos funcionários
para discutir os preparativos para qualquer possível emergência.
Analistas dizem
ser difícil ultrapassar a importância pessoal de Kim Jong Il para a coesão
política da Coreia do Norte. Ele é o herdeiro de um culto de personalidade de
tipo religioso que o Estado construiu a volta do seu pai, Kim Il Sung, o
primeiro presidente do país. Kim Jong Il é também visto como a única pessoa que
pode elevar-se acima das facções que se poderiam acotovelar numa luta pelo
poder.
Activistas de
direitos humanos afirmam que Kim Jong Il é também a pedra basilar de um sistema
que assenta no terror para garantir a ordem publica. A sua ausência poderá
tornar mais difícil controlar milhões de norte-coreanos empobrecidos que tem
passado por condições quase de fome desde há perto de 20 anos.
Um colapso
norte-coreano criaria um pesadelo de segurança para os países vizinhos mais
próximos, a China e a Coreia do Sul. Os seus lideres receiam uma enorme onda de
refugiados. A Coreia do Sul poderá ter de despender centenas de biliões de
dólares em infra-estruturas de emergência e custos com a segurança social para
o decadente Norte. Obter o controlo das armas nucleares da Coreia do Norte e o
seu arsenal de mísseis será a principal preocupação de Washington.
Kim Jong Il foi
abertamente preparado pelo seu pai durante várias décadas, mas não designou
publicamente qualquer sucessor seu. Kim Yong-hyeon – um especialista sobre a
Coreia do Norte na Universidade de Donguk, em Seul, disse ser improvável que um
familiar de Kim Jong Il venha a suceder-lhe no poder em Pyongyang.
O professor
universitário afirmou que o mais provável sucessor de Kim Jong Il venha das
altas chefias militares, a mais forte das organizações na Coreia do Norte.
Esses pormenores
– tais como os prognósticos de saúde do líder norte-coreano – continuam, por
enquanto, a ser motivo de especulações e de conjecturas.