Em Junho passado, o Ministro zimbabwiano do
Bem-Estar Social, Nicholas Goche, proibiu as agências humanitárias
internacionais e nacionais de distribuírem alimentos devido ao facto de tal
como afirmou o ministro, terem participado na campanha a favor do MDC,
Movimento para a Mudança Democrática, antes das eleições do passado 29 de
Março, alegação que as agências humanitárias rejeitam.
A medida ministerial foi em grande parte
considerada como sendo retaliatória contra os eleitores que votaram a favor do
Movimento de Tsvangirai na votação em que este partido saiu com um maior numero
de votos.
Entretanto, ainda esta semana o Programa
Alimentar Mundial, PAM, disse à Voz da América que a organização não recebeu
qualquer indicação de que a ordem vá ser levantada dentro em breve, paralisando
ao mesmo tempo as ONGS locais, excepto os programas infantis e os que ajudam os
pacientes da SIDA.
O PAM afirma que até agora tem a capacidade
para ajudar 250 mil pessoas, numero que poderia elevar-se a 300 mil crianças e
outras pessoas que sofrem de malnutrição, se não houver aquela a interposição
ministerial. Diz ainda a agência das Nações Unidas que cerca de cinco milhões
de zimbabwianos irão necessitar de assistência alimentar antes das colheitas de
Abril de 2009.
Renson Gasela, ex-deputado oposicionista, e
respeitado especialista em agricultura descreveu a ordem ministerial como sendo
assustadora, e que a mesma viola o memorando interpartidário de 21 de Julho
passado.
Nos seus relatórios regulares o Movimento para
a Mudança Democrática tem afirmado que o PARTIDO ZANU-PF, no poder, tem andado
a espancar pessoas, raptando ou forçando-as a abandonarem as suas casas e que
muitos dos seus apoiantes morreram desde a assinatura do memorando.
Entretanto, a semana passada tem-se registado
um numero surpreendente de agricultores brancos expulsos das suas propriedades,
tendo um advogado de Harare, David Drury confirmado estar muito ocupado em
representar muitos dos afectados em processos judiciais, muito embora memorando
interpartidário obrigue os signatários a respeitarem os direitos de
propriedade.
Por outro lado, as negociações para a partilha
de poder entraram num impasse na África do Sul, no domingo, enquanto os
zimbawianos não estão na disponibilidade de adquirirem produtos da primeira
necessidade a preços que duplicam todos os dias, quando por outro lado,
estatísticas adiantam que a taxa da inflação da moeda zimbabwiana ultrapassa a
casa do 11 milhões por cento, a mais alta de sempre à escala mundial.