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Tsvangirai com Passaporte Confiscado por Algumas Horas


O líder do Movimento para a Mudança Democrática, Morgan Tsvangirai, e dois destacados membros do seu partido foram temporariamente impedidos de viajar para a África do Sul, quando viram confiscados os seus passaportes por algumas horas.

Num outro desenvolvimento noticioso, na quinta-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon apelou ao governo do Zimbabwe para levantar as restrições à entrega de ajuda humanitária por forma a evitar “uma crise humanitária catastrófica”. O governo de Harare impôs, em Junho, uma proibição dos grupos de ajuda humanitária, acusando-os de estarem a apoiar a candidatura de Tsvangirai.

Funcionários da Imigração zimbabweana confiscaram os passaportes de Morgan Tsvangirai, do secretário-geral do MDC, Tendai Biti, e do deputado Elphas Mukono Weshoro no aeroporto de Harare, tendo-lhes sido devolvidos poucas horas mais tarde.

Os três dirigiram-se para a África do Sul para negociações de última hora sobre crise política zimbabweana em antecipação à Cimeira da SADC, onde Tsvangirai tenciona dirigir a palavra, no sábado.

Tsvangirai venceu o presidente Mugabe na primeira volta das eleições presidenciais zimbabweanas, mas sem uma maioria que evitasse uma segunda volta, de onde se retirou, citando, para o efeito, uma campanha de violência contra os seus apoiantes. Nas eleições parlamentares, o seu partido, o MDC, ganhou 100 lugares e a ZANU-PF do presidente Mugabe, 99.

O secretário-geral do MDC, Tendai Biti, afirmou que a confiscação dos passaportes foi uma mensagem de Mugabe ao mediador, o presidente sul-africano Thabo Mbeki, de que não está interessado num acordo negociado. Disse Biti: “Penso que o governo do Zimbabwe enviou uma clara e inequívoca mensagem ao presidente Mbeki, à SADC, à União Africana, às Nações Unidas e a todos, de que foi forçado a dialogar com o MDC mas que não está interessado. Somos arruaceiros, desordeiros, fascistas e, portanto, ponto final, deixem-nos em paz: obtivemos um mandato no dia 27 de Junho e é isso. Não nos aborreçam.”

Biti tem pouca fé que a SADC seja capaz de ajudar a obter um regresso bem sucedido as negociações: “E penso, como de costume, que iremos ver uma SADC paralisada, que será vítima da sua própria inacção e incapacidade para compreender a extensão da maldade, do fascismo que eles lidam. Por isso, é quase história voltarem a representar a mesma cena vezes sem conta”.

As conversações entre Tsvangirai, Mugabe e Mutambara, líder de uma pequena facção do MDC, bloquearam, na terça-feira, a noite. As conversações a três seguiram-se a duas semanas de negociações entre representantes das três partes na África do Sul.

As conversações foram uma resposta ao memorando de entendimento assinado pelos três lideres, no dia 21 de Julho, que deu um mandato para negociar um acordo de partilha de poder entre o MDC e a ZANU-PF.

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